Dois anos após o lançamento de seu quarto álbum de estúdio, os ingleses do Led Zeppelin retornam com outro lançamento essencial para a trajetória da banda: “Houses of The Holy”. Lançado em 28 de março de 1973 através da Atlantic Records, o álbum apresenta uma evolução comparado aos trabalhos anteriores. Trata-se de um trabalho mais complexo, maduro e com novas e inteligentes influências musicais.

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O disco já inicia com a clássica “The Song Remains The Same”. Sua levada é tipicamente setentista e repleta de harmonias bem elaboradas e muito feeling. Nenhum integrante deixa de se destacar, muito pelo contrário. Uma tremenda forma de começar o disco. Lenta e progressiva, “The Rain Song” é a segunda faixa e cativa com sua sutileza em cada arranjo tocado de seus quase oito minutos de duração. Há muita atmosfera e sentimento em cada trecho, diga-se de passagem.

Dando continuidade à obra, temos outra grande composição: “Over The Hills and Far Away”. Seu início é marcado por uma contagiante passagem de violão e aos poucos a canção ganha mais peso e envolve o ouvinte com seu ritmo. Dizer que Jimmy Page é um gênio das seis cordas é redundante, entretanto ainda é algo necessário de ser ressaltado e o que esse gigante do Rock faz é realmente impressionante. Os vocais de Robert Plant também são um show a parte, agudos, únicos e totalmente de acordo com a proposta musical da banda. Já a cozinha, encabeçada por John Paul Jones (baixo) e John Bonham (bateria), é precisa e infalível.

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Logo após, um baixo pulsante e uma bateria incisiva introduzem ao ouvinte “The Crunge”, uma composição pra lá de original, influenciada por Funk. Seus arranjos são bastante convidativos e dançantes, hipnotizando o ouvinte sem grande esforço. Na sequência, “Dancing Days”, outra composição emblemática da banda e repleta de qualidade. “D’yer Mak’er”, por sua vez, tem influência de Reggae e proporciona um clima totalmente viajante. Para encerrar, ainda temos a progressiva “No Quarter”, na qual o teclado se destaca muito e “The Ocean”, que além de ser uma canção recheada de variações de andamento bem construídas, é dedicada ao “oceano” de fãs que assistiam aos shows da banda naquela época.

Também é importante mencionar que algumas músicas que foram gravadas durante aquele período acabaram ficando de fora de “Houses of The Holy”. “Black Country Woman”, “Walter’s Walk”, “The Rover” e a faixa-título foram guardadas e utilizadas nos futuros registros do grupo. Outro detalhe que merece atenção é a arte de capa do álbum. Ela foi inspirada no término da obra de ficção científica “O Fim da Infância” (1953), do escritor Arthur C. Clarke. A capa é uma colagem de diversas fotografias que foram tiradas na Calçada dos Gigantes, na Irlanda do Norte, pelo designer Aubrey Powell . Com o passar dos anos, a capa do álbum se tornou uma das mais conhecidas e aclamadas da história do Rock.

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Certificado como disco de platina e contendo algumas das músicas mais famosas do Led Zeppelin, “Houses of The Holy” é sem sombra de dúvidas um dos maiores clássicos do Rock de todos os tempos. Um disco que influenciou gerações e cuja relevância jamais será negada ou esquecida. Uma legítima obra-prima não apenas da história da banda, como da música pesada mundial.

https://www.youtube.com/watch?v=5rB7qYD-C-k

Formação:
Robert Plant (vocal/gaita);
Jimmy Page (violões/guitarras/guitarra de aço com pedais/vocal de apoio);
John Paul Jones (Órgão/baixo/vocais/teclado/sintetizadores);
John Bonham (bateria/vocal de apoio).

Faixas:
01 – The Song Remains The Same
02 – The Rain Song
03 – Over The Hills and Far Away
04 – The Crunge
05 – Dancing Days
06 – D’yer Mak’er
07 – No Quarter
08 – The Ocean