Vou ser bem sincero: nunca fui fã do Krisiun. Para mim, todos os álbuns eram muito repetitivos. Lembro de colegas comentando: “É metralhadora mais pacote de paçoca”. Rio destes bons tempos. Mas eis que o Roadie Metal Cronologia  me fez rever alguns títulos da banda para que eu pudesse ouvir posteriormente o “Forged In Fury”. Ao menos tenho algo bom para falar dos caras. O som está muito melhor, muito mais maduro tecnicamente e muito mais trabalhado. Agradou muito mais ante os álbuns mais antigos.

Os brasileiros são, depois do Sepultura, a banda que alcançou maior projeção de reconhecimento pelo mundo. Hoje eles são um dos ícones do Death Metal e muito respeitados.  O trio parece bastante seguro do som que faz em seu décimo álbum e “Forged In Fury” vem agradando muito aos fãs.

Ele possui 10 faixas, acrescidas de duas extras, sendo uma um ótimo cover da “Eletric Funeral”, do Black Sabbath. O trampo dos caras tem uma capa destruidora e a produção também não deixa nada a desejar. “Scars of The Hatred” é quem abre o álbum e para mim – uma surpresa à parte. Uma track que já se diferenciou um pouco do que eu vinha acostumado a ouvir de Krisiun. Lógico que ainda tem suas metralhadoras, mas que inseridas sem excesso tornam o som muito mais legal!

“Ways of Barbarism”, “Dogma of Submission” e  “Strengh Forged In Fury” continuam a descer a porrada nos ouvidos dos fanáticos por um Death Metal cru e bem executado. O Krisiun, mesmo cadenciando mais algumas partes, traz alguns bons solos, deixando-os ainda mais legal durante as execuções.

https://www.youtube.com/watch?v=3xyYbTn4lrQ

Dando continuidade, “Soulless Impaler”, “Burning of The Herectic” e “Timeless Starvation” são outras faixas que se destacam bastante. Seja pelas viradas incríveis de Max Kolesne, um grande baterista, por sinal, seja pelos riffs fortes de Moyses, ou até mesmo pelo ajuste vocal do Alex em algumas tracks, onde é possível ouvir melhor sua dicção, tirando aquele “efeito paçoca” que a banda tinha antigamente.

“Milonga de La Muerte” é um dedilhado que abre para a poderosa “Earth’s Cremation” e que juntas vão dando fim para mais um trampo dos brasileiros. Para fechar, o cover de “Eletric Funeral”, do Sabbath, que ficou bem diferente e bastante interessante na voz gutural de Alex. No geral, como afirmei no início, não sou um fã do Krisiun, mas “Forged In Fury” é um grande álbum. Tecnicamente ótimo. Não é tão cansativo como as outras obras dos caras. É melhor trabalhado e mostra que o Krisiun amadurece o seu Death Metal a cada ano.

 Formação:
Alex Camargo (vocal e baixo);
Moyses Kolesne (guitarra elétrica);
Max Kolesne (bateria).

Faixas:
01 – Scars of The Hatred
02 – Ways of Barbarism
03 – Dogma of Submission
04 – Strength Forged In Fury
05 – Soulless Impaler
06 – Burning of The Heretic
07 – The Isolated Truth
08 – Oracle of The Ungod
09 – Timeless Starvation
10 – Milonga de la Muerte
11 – Earth’s Cremation
12 – Electric Funeral (Black Sabbath cover)