O início da carreira do Grave Digger no foi nada inovador, já que a banda capitaneada por Chris Boltendahl não buscava fazer algo novo, se limitando a copiar o que outras bandas do mesmo período vinham fazendo. Ainda sim isso não tira os méritos de seu álbum de estreia, Heavy Metal Breakdown (1984), que foi bem recebido na época do lançamento e se tornou um trabalho cult com o passar dos anos. Sem perder muito tempo e aproveitando da repercussão do debut, partiram rapidamente para o estúdio para gravar seu sucessor.

Sendo assim, menos de 7 meses depois, Witch Hunter via a luz do dia. Basicamente, o que temos aqui é uma continuação mais do que natural do que havia sido apresentado da estreia da banda, até porque o pouco tempo entre os dois álbuns não abria muito espaço para desenvolvimento. Tudo aquilo que se destacou em Heavy Metal Breakdown, ou seja, riffs cativantes, refrões grudentos e que pegam com muita facilidade e solos que se destacam pela ferocidade, se faziam presentes, mas sem o mesmo brilhantismo da estreia. Isso quer dizer que segundo álbum do Grave Digger é ruim e decepcionante? Também não é assim.

O início é muito bom, com a faixa título e “Night Drifter”, duas canções que caem para o lado do Speed Metal, onde se destacam os bons riffs, o peso e a agressividade. A sequência, com a enérgica e direta “Get Ready for Power”, também não fica muito atrás. Até então, mesmo sem nada de novo, o trabalho não perdia muito em relação à estreia. O problema é que desse ponto em diante o álbum se torna um pouco inconstante, com alguns altos e baixos, mesmo que não chegue propriamente a comprometer as coisas. “Love Is a Game” é uma balada apenas razoável, o cover para “School’s Out”, do Alice Cooper, soa apenas correto, e “Friends of Mine”, apesar de ser um Heavy Tradicional bem sólido, não chega essencialmente a empolgar. Para contrabalançar, a furiosa “Get Away” traz o Speed Metal de volta ao centro das atenções, enquanto “Fight for Freedom” e “Here I Stand” se destacam não só pelos bons riffs e refrões, como também pela veia meio “acceptiana”.

Ao final, se não conseguiu superar seu debut, ao menos o Grave Digger sobrepujou o desafio do segundo álbum, algo que vitimou e ainda vitima muitas bandas que lançam trabalhos de estreia promissores. Infelizmente as coisas acabaram não seguindo o melhor dos rumos após isso, com a banda lançando mais um álbum, War Games (1986), e na sequência alterando seu nome para Digger, tornando seu som mais comercial. O resultado foi um fracasso retumbante, com o Digger se dissolvendo em 1987. Para alegria dos fãs, em 1991 o Grave Digger retornou, e iniciou a melhor fase de sua carreira.

Grave Digger – Witch Hunter
Data de lançamento: 10 de maio de 1985
Gravadora: Noisee Records

Tracklist:
01. Witch Hunter
02. Night Drifter
03. Get Ready for Power
04. Love Is a Game
05. Get Away
06. Fight for Freedom
07. School’s Out (Alice Cooper cover)
08. Friends of Mine
09. Here I Stand

Formação:
Chris Boltendahl (vocal/baixo)
Peter Masson (guitarra/baixo)
Albert Eckardt (bateria)

Músico convidado
René “T. Bone” Teichgräber (baixo nas faixas 4 e 7)