Lançado em 1990, “Persistence of Time” marca uma mudança de abordagem nas composições, passando do humor característico do grupo para temas mais sérios como tolerância e paz. O quinto álbum do Anthrax é também o último com Joey Belladonna como vocalista da banda, que acabou sendo demitido por causa do alcoolismo, até retornar vários anos mais tarde.

Ao som de um tic-tac de relógio tem início a faixa de abertura, “Time”. Logo o baixo de Frank Bello e em seguida muitos riffs de guitarras dão peso à música. A bateria de Charlie Benante segue afiada, assim como nos álbuns anteriores do Anthrax.

A música seguinte, “Blood”, dá mais destaque à bateria. Embora a faixa tenha um certo peso, ainda se torna um tanto arrastada em alguns momentos, assim como a anterior. A próxima, “Keep It In The Family”, é ainda mais arrastada que as outras, mas vai acelerando aos poucos. A música tem ainda um bom solo de guitarra e mais uma vez Charlie Benante mostrando sua excelência na bateria.

anthrax

Em “In My World” o álbum fica um pouco mais pesado, com mais riffs e uma melhor performance de Joey Belladonna. Baixo e bateria também têm seus bons momentos e o refrão é daqueles que grudam na mente de forma quase instantânea.

“Gridlock” dá uma revigorada com um instrumental executado em ritmo alucinante. Esta é a música mais acelerada do álbum, assim como a última, “Discharge”, e traz tudo que o Anthrax tem de melhor: excelentes linhas de baixo, um baterista competentíssimo e uma dupla de guitarras que não tem piedade de quem ouve algum trabalho do grupo, além de um bom vocalista, que canta de forma diferente do habitual para uma banda de Thrash Metal.

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A próxima é a instrumental “Intro To Reality”, que tem uma pegada totalmente diferente de tudo que o Anthrax já apresentou no álbum. A música começa num ritmo bem viajante, depois vai ficando mais pesada e intensa. A faixa serve de prelúdio para a que vem na sequência, “Belly of The Beast”, uma das melhores de “Persistence of Time”, principalmente pelos riffs e o solo de guitarra, além, claro, das excelentes linhas de baixo.

Apesar de não ser uma música do Anthrax, “Got The Time” é tocada na grande maioria dos shows da banda. Na versão instigante do quinteto para a música de Joe Jackson tem uma boa mistura do Thrash Metal com o Punk Rock. O refrão é grudento, deixando a faixa ainda mais marcante, outra das melhores do álbum.

“H8 Red” tem muito peso, mas um refrão bem fraco. Mais uma vez o destaque vai para outro bom solo de guitarra de Dan Spitz, um dos grandes atrativos de “Persistence of Time”. “One Man Stands” é o típico Thrash Metal do Anthrax, com grandes riffs e que tem em Frank Bello e Charlie Benante uma base rítmica bastante coesa.

Com um nome até sugestivo para uma última música, “Discharge” é bem acelerada, fechando o álbum descarregando todo o peso para cima de quem ouve. É fato que “Persistence of Time” está um pouco abaixo de álbuns como “Spreading the Disease” (1985) e “Among the Living” (1987), mas mesmo assim ainda é um bom álbum de Thrash Metal e na época foi uma despedida bastante digna para o vocalista Joey Belladonna.

Formação:
Joey Belladonna (vocal);
Scott Ian (guitarra);
Dan Spitz (guitarra);
Frank Bello (baixo);
Charlie Benante (bateria).

Faixas:
01 – Time
02 – Blood
03 – Keep It In The Family
04 – In My World
05 – Gridlock
06 – Intro To Reality
07 – Belly of The Beast
08 – Got The Time (Joe Jackson cover)
09 – H8 Red
10 – One Man Stands
11 – Discharge