Aqui no Resenhando você fica por dentro de resenhas feita de diversos álbuns que foram lançados no mundo do Rock. Para a sequência da série, vou analisar o álbum 2 (2022) da banda de Rock chamada kaleidoskope. Para conferir as outras resenhas feitas por mim no quadro Resenhando, basta CLICAR AQUI.
Diferente do primeiro trabalho da banda que parecia mais uma mera junção de singles diversos, em 2 (2022) o trabalho é bem mais coeso. Aqui a banda trouxe várias referências de MPB, Ska, ritmos latinos, Bossa Nova, Hard Rock e Groove Metal. O trabalho conta com 11 faixas e já está disponível em todas as plataformas digitais.
A música de abertura do disco é Venha em Paz (Pacify Yourself…), faixa que mistura o português e o inglês, tem fortes referências do MPB e da Bossa Nova, principalmente nos versos e traz também um refrão melódico e intenso, lembrando a última parte da música Perfeição, destaque a banda Legião Urbana. Com certeza uma música com várias nuances, boas cadências e bom instrumental.
Em seguida vem a faixa Un Oiseau que traz uma cozinha (baixo e bateria) muito bem entrosados e elaborados, um ótimo riff inicial de guitarra e linhas instrumentais que lembram o Jazz, tal sua precisão.
A faixa 3 é uma vinheta de introdução para a música seguinte. O nome desta vinheta é Blackout – Para Quê? e traz as definições de “blackout” em alguns idiomas e também questiona sobre a cegueira voluntária, ou seja, quando não se enxerga porque não se quer enxergar algo.
A quarta música é a própria Blackout e é a primeira que conta com participação no álbum. A parceria aqui é com o rapper e escritor GOG. Certamente trata-se da melhor faixa do álbum, onde se tem ótimos timbres de guitarra e as linhas sonoras do instrumento parecem uma boa mistura entre Jimmy Hendrix e Rage Against the Machine. Outro destaque fica por conta dos ótimos ataques de bateria.
A faixa de número 5 também se trata de uma vinheta de introdução para a próxima música. Com o nome de Chico?, a letra fala sobre quando David Borges (líder da banda kaleidoskope) começou a ouvir o trabalho do grande músico brasileiro de MPB chamado Chico Buarque. David é de Guiné Bissau, mas, mesmo assim, teve acesso à obra do músico desde muito cedo. A linha instrumental é uma Bossa Nova.
Quando se espera uma música com fortes referências à MPB e à Bossa Nova, somos surpreendidos com um Hard Rock muito bem elaborado. A faixa 7 se chama Bom Conselho e é um cover do grande músico brasileiro citado na vinheta. A timbragem de guitarra é bem característico dos anos 70 e traz ótimos arranjos, tanto de bateria, quanto de guitarra.
A sétima música é Dias Estranhos e traz consigo um começo bem groovado, junto de uma melodia de voz arrastada, lembrando uma mistura das baladas do Led Zeppelin com as linhas de voz de Casablanca, vocalista da banda de Indie Rock chamada Strokes. Em uma segunda parte temos uma mudança: a linha de voz torna-se bem mais Pop com a chegada dos strings no teclado. A música também vem com um ótimo “casamento” de baixo e bateria, além de deixar espaço criativo para a guitarra preencher. A letra traz reflexões sobre a poesia.
A próxima música é Ritmo Traiçoeiro, conta com a participação da cantora Daniela Firme, é uma ótima música e traz mistura de Pop com MPB, sendo bem groovada em seu início. O refrão é contagiante e melódico e, em seguida, a música muda a sonoridade e traz uma parte final que remete às baladas de Hard Rock dos anos 80.
A nona faixa se chama Kampu Kasa e é a mais experimental da banda, trazendo a mistura de ritmos latinos como Salsa ao Ska, junto de instrumentos de sopro. Aqui eles se permitiram ousar, porém, com isto, tornou-se a música mais desconexa da obra.
A décima faixa é outra vinheta reflexiva, preparando o ouvinte para a faixa final.
Para encerrar com chave de ouro a banda apresenta Who Cares: uma perfeita mistura de Hard Rock com Groove Metal, referências de Led Zeppelin e Rage Against the Machine e até Red Hot Chili Peppers estão presentes nas linhas instrumentais. A música é pesada, traz ótimos arranjos instrumentais, linhas bem técnicas em sua composição e um refrão melódico. Ao lado de Blackout, ela é, sem dúvida, uma das melhores do segundo disco da banda kaleidoskope.
Em geral, é um bom trabalho onde a banda se permitiu trazer referências de estilos como MPB e Bossa Nova ao Rock. A timbragem de guitarra dos anos 70 é bem evidente e trabalhos como Chico Buarque, MPB em geral, Led Zeppelin, Jimmy Hendrix e Rage Against the Machine são, certamente, grandes inspirações da banda.
Outro destaque fica por conta das vinhetas: com o passar dos anos, foi se perdendo o costume de fazê-las. Porém, aqui em 2 (2022) elas são muito importantes para a preparação do público para a música que está por vir.
kaleidoskope – 2
Data de lançamento – 14/10 / 2022
Selo – Marã Música
Tracklist
01 – Venha em Paz (Pacify Yourself…)
02 – Un Oiseau
03 – Blackout – Para quê?
04 – Blackout
05 – Chico?
06 – Bom Conselho
07 – Dias Estranhos
08 – Ritmo Traiçoeiro
09 – Kumpu Kasa
10 – Social Ramblings
11 – Who Cares
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