Resultado da fusão entre padrões rítmicos típicos do Industrial Metal e o peso e velocidade do Thrash, surgiu a Unhuman Insurrection. E o álbum que será detalhado abaixo, é uma suma de tudo o que a banda tem construído até os dias atuais, tanto em termos de repertório quanto em qualidade audiovisual e composicional. A produção ficou por conta do time da DysFUNCTION, in parceria com Giuseppe Bassi e Eddy Cavazza. Vamos ao álbum!

Pesado como deve ser! É assim que começa o trabalho maravilhoso que terei a honra de dissecar aqui. Há muito aprecio o trabalho desta banda, que vem se demonstrando muito promissora. A produção de áudio impecavelmente caprichosa, colocando os graves, médios e agudos em seus devidos lugares e proporções. Na primeira faixa, a intervenção vocal inicial dá a entender que o cantor iria usar de sua parte mais aguda mais tempo, mas uma agradável surpresa nos chega aos ouvidos. A região mais grave de seu range é tão agradável e bem trabalhada quanto a aguda. As guitarras estão muito bem balanceadas e o baterista é cirurgicamente certeiro.
Uma idéia bem interessante e inteligente é usada na bateria logo no início da segunda faixa, chamada “Chasing Hope”, onde a caixa é deslocada e os pedais mudam de célula rítmica de forma a modificar totalmente a ideia do groove, porém dentro do mesmo compasso e andamento. Isso é coisa de quem sabe o que está fazendo. Esse álbum fica mais e mais interessante.
E por falar em groove e bateria, meu irmão… seu pescoço vai cair aos pedaços se você ouvir “Lobotomized”. E aqui temos de volta os agudos impecáveis do nosso querido frontman. A faixa é um prato cheio para qualquer instrumentista do gênero, pois tem todos os elementos que se espera de algo relacionado ao estilo: peso, groove, feeling e harmonia!
“Shreds of identities” tem uma bela harmonização entre teclado e cordas, e mais uma vez a agradável voz em seu tom mais grave ressurge para fazer um contraste e trazer equilíbrio entre esta e as faixas anteriores. Os graves nas cordas também são explorados à exaustão, o que traz mais peso e corpo para os riffs da composição.
“The Edge of Nothing”, que tem clipe oficial lançado, pode ser dada como o destaque da obra, por ser a mais bem pensada e trabalhada em termos de harmonia, rítmica e melodia. O peso é absurdo e o refrão é viciante, especialmente na região mais aguda. Particularmente, escutei quatro vezes antes de publicar esse texto! O trabalho guitarrístico no solo é impecável.

Pedais voando soltos em Parasite! É muita velocidade e precisão! É ótimo constatar que na Itália haja bandas dessa qualidade e capricho. O país sempre nos presenteou com pérolas da música clássica e de demais estilos, não nos decepcionaria com o metal, não é?
Você, guitarrista! Não pode deixar de ouvir “Buried alive”! É o solo de guitarra mais legal do álbum e há muito o que se aprender com o cara que o gravou. Aliás, Unhuman Insurrection é uma verdadeira escola de música em forma de banda!
Ashes and Dust vem para coroar o trabalho. Eu estive diante da obra de uma banda que sem dúvida alguma, veio para renovar nossas energias e nos fazer acreditar que ainda há muita música boa sendo feita por esse mundo. Basta saber procurar e dar a devida atenção a quem trabalha com honestidade musical e acima de tudo, amor pelo que acredita. Obrigado Unhuman Insurrection é um grande nome!

Faixas

  1. Primal Instinct
  2. Chasing Hope
  3. Lobotomized
  4. Shreds of Identities
  5. The Edge of Nothing
  6. Parasite
  7. Buried Alive
  8. Ashes and Dust

Membros:

Giacomo Cordioli- vocais

Matteo Theo Milani- guitarra

Marco Markwild Piva- guitarra

Alberto Lemoni- bateria