O álbum  da banda, que já se apresentou ao lado de grandes nomes como Obituary, Unearthly e Krisiun, teve a produção de ninguém menos que Rodrigo Oliveira (Armoured Dawn/ Korzus), que também tocou bateria na gravação,  terá suas faixas dissecadas e degustadas uma a uma por você, amigo leitor, e eu. Vamos lá?

O que pode se esperar de um álbum cuja faixa número um já é uma porrada sem dó nem piedade bem no meio da sua testa? É o mínimo que pode se questionar sobre Being Human, que dá início ao trabalho aqui. Com uma escolha acertadíssima dos riffs, que e primeiro momento, já fazem sua cabeça ficar indecisa entre left e right dos fones, e harmonias que servem brilhantemente como chão ao vocal, além de uma sincronia e virtuosismo notabilíssimos por parte de bateria e baixo. Outro fator a se destacar aqui, é a técnica absurdamente apurada no solo de guitarra.

The Authoritarian Follower é igualmente caprichosa tecnicamente no que se refere à bateria, e os riffs de guitarra recheados com pitadas de harmônicos certeiros, que mais uma vez trazem à tona a destreza e conhecimento de causa do guitarrista, que também pode ser conferida no solo cheio de arpeggios e alternate picking.

E o álbum só melhora!  Mais peso, mais riffs animalescos e um vocal impecável em Mondo Psycho! Preste muita atenção o momento em que baixo e bateria ficam sozinhos numa intervenção altamente virtuosística e precisa aos 0:55, surpreendente e agradabilíssimo.

Se você é fã de blastbeats bem feitos, pule direto para a faixa The Undying Stars, é de uma beleza absurda! Um desafio técnico pra quem se propuser a tocá-la, certamente! A criatividade para as linhas de cordas aqui, parece que está bem longe de se esgotar e isso certamente lhe instigará a ouvir o restante da obra.

Como eu não sei ouvir as coisas sem ficar prestando atenção aos mínimos detalhes, recomendo logo que preste muita atenção aos 1:06 da faixa Snakes in Suits! É de longe o momento mais interessante da guitarra nesta composição, além de ser a de estrutura mais simples no álbum, o que de forma alguma implica em dizer que é de menor qualidade.

Psychopathic Ruler já chega com os dois pés na porta, é intensa, insana, doente e frenética! Um teste de resistência para o pescoço, mesmo em seus momentos menos densos, com a guitarra afiadíssima nos arpeggios. Posso dizer que achei aqui a faixa que sintetiza a intenção total do álbum.

Continuando com a série “pule pra tal parte que tá incrível”, eu gostaria muito de saber como o guitarrista fez o que fez aos 2:27 na faixa Addicted to Power! Sim, são harmônicos, eu sei… mas aquilo não é coisa de Deus! A mudança repentina de groove que serve de cama para o solo também é deveras interessante, o que só vem a demonstrar toda a competência dos instrumentistas assim como sua capacidade criativa.

A essa altura do campeonato, ao ouvir os primeiros momentos de Unconscious Automaton (Curse of Wetiko), é impossível não imaginar e questionar a si mesmo, como seria estar num show desses caras. Se a energia for essa do início ao fim, não é qualquer um que acompanhe não! O show à parte aqui, fica por conta do vocalista, impecável mais uma vez!

Dancing to the Sound… of the Powers that Be, encerra nossa audição majestosamente, preservando o mesmo peso, ódio e atitude demonstrados desde o início do álbum, que foi trabalhado nos mínimos detalhes, desde a escolha dos timbres, passando pela mixagem até o capricho no processo de construção das músicas. Sim senhor (a) leitor (a) e ouvinte, estivemos diante de uma verdadeira pedrada aqui, que fará parte da minha playlist sem sombra de dúvidas.

Line Up da Gravação

Iron- vocal

Wellington Ferrari- guitarras e baixo

Leandro Xsa- todos os solos

Rodrigo Oliveira- Bateria

 

Tracklist

1- Being Human

2- The Authoritarian Follower

3- Mondo Psycho

4- The Undying Stars

5- Snakes in Suits

6- Psychopathic Ruler

7- Addicted to Power

8- Unconscious Automaton (Curse of Wetiko)

9- Dancing to the Sound… Of the Powers that Be