O músico e humorista Bruno Sutter – conhecido entre os headbangers por interpretar o personagem Detonator – liberou ontem (26/11) no YouTube a single “The Best Singer In The World”, primeiro aperitivo para o álbum de estreia solo, que levará o nome do próprio cantor. Conforme prometido, o disco será “sério”, com Bruno tocando música pesada e cantando com sua própria voz, totalmente desvinculado do personagem que o consagrou através do programa Hermes & Renato e da banda Massacration.
“The Best Singer In The World” se mostra uma música de Heavy Metal tradicional. Ela já começa diretamente no refrão, ponto em que foi toda trabalhada em volta. Na sequência, um ótimo solo de guitarra dá melodia à canção, concedendo também abertura aos arranjos base que ganham as atenções após a conclusão do solo. Eles não mudam: são praticamente os mesmos acompanhando as variações superiores ao longo dos cinco minutos de música… E então tudo começa a se desenvolver – e aí sim é possível ter uma ideia do que Bruno Sutter andou tramando para seu primeiro trabalho.
É possível perceber – antes de qualquer outra opinião começar a ser moldada -, que, assim como o álbum de estreia “Metal Folclore: The Zoeira Never Ends…”, do Detonator, a produção resultante da parceria entre Wagner Bernardes, Renato Tribuzy e o próprio Bruno Sutter não é exatamente “pesada”. A mixagem é ótima no que diz respeito a voz e instrumentos, exceto pela guitarra base, que está baixa demais, ao ponto de sugar todo o peso e potencial que a música poderia ter. Os demais âmbitos produtivos não são de ponta, mas são totalmente aceitáveis e claros – é bom ter em mente que se trata de um trabalho independente e financiado por crowdfunding.
Pondo de lado questões produtivas, a canção, em um contexto geral, é bastante correta: bem construída, seguindo uma ótima fórmula que valoriza o refrão – já que frequentemente o andamento volta a desembocar nele -, cantada em vocal pleno em diversos momentos, mas é previsível… pelo menos até a quebra de ritmo situada mais pro final, quando tudo fica inesperadamente mais tranquilo e Bruno canta em tons mais baixos, com mais maciez e delicadeza. Os solos de guitarra de Michel Leme são muito bem encaixados e dão uma boa elevada na canção. Esses solos, assim como a quebra de ritmo, são primordiais para criar belos contrastes que, sem eles, a música perderia muita identidade.
Uma, no máximo duas audições bastam para que o refrão estabeleça residência em sua mente e insista em falar com você. Sua harmonia marcante é, também, um dos grandes pontos positivos.
No âmbito lírico, o nome “O Melhor Cantor do Mundo” parece algo saído diretamente de algum álbum relacionado ao Detonator. No entanto, o título leva à opiniões precipitadas. A letra conta a história de um vocalista de ego inflado que acredita ser incrível e que está inevitavelmente destinado a fazer sucesso. Porém, diante das dificuldades encontradas para atingir o estrelado, questiona o “mestre” sobre o que está acontecendo. O mestre responde ao fim da música.
Apesar dos acertos, de ter pontos a se elogiar, a sensação que fica é de que não correspondeu às expectativas. Não é ruim, mas esperava-se algo muito superior ao que foi apresentado, musical e produtivamente. É boa, e só, com destaques merecidos ao refrão e solos de guitarra. Vale ressaltar que essa é uma impressão limitada a apenas uma canção. É recomendado a todos esperarem o lançamento do álbum no dia 10 de dezembro para ouvi-lo na íntegra, assimilá-lo inteiramente, sintonizar-se com as canções e aí sim ter uma ideia um pouco mais sólida sobre esse trabalho.
Bruno Sutter pede paciência aos que não gostaram muito e garante que vale a pena ouvir o disco inteiro. Aguardemos.
No dia 8 de dezembro, um coquetel será realizado no estúdio Espaço Som, em São Paulo (local onde o disco foi gravado), e contará com a presença limitada de 50 fãs que compraram ingressos, além da mídia crítica especializada. Durante o evento, o músico apresentará o álbum na íntegra, pausando nos intervalos entre as faixas para explicar separadamente os conceitos por detrás de suas construções.
Auxilie Bruno Sutter com os custos do disco através do site da Kickante:
http://www.kickante.com.br/campanhas/bruno-sutter-pre-venda-exclusiva-do-primeiro-disco
Cast de “The Best Singer In The World”:
Bruno Sutter (vocal, guitarra, baixo fretless);
Michel Leme (solos de guitarra);
Bruno Valverde (bateria).
Produção:
Bruno Sutter, Wagner Bernardes e Renato Tribuzy.
