Pra quem acompanha as minhas resenhas por aqui na Roadie Metal sabe o quanto eu já falei sobre o cenário australiano do Rock e Metal, e entre os mais infinitos estilos e concepções de trabalhos eu acompanhei em todo o ano de 2017 uma onda crescente de um dos setores que serve de berço de bandas e músicos. Eis aqui outra destas descobertas que chamou a minha atenção lá atrás e que hoje volta com novo lançamento, a Roadie Metal volta a mirar os ouvidos na Austrália para o novo álbum do projeto de Melodic Death Metal, de Aidan Cibich, o corpulento e visceral APOPHIS.
E pra quem não conhece Aidan Cibich, eleé um multi-instrumentista dinâmico e engenhoso da cidade de Adelaide e esteve por aqui na Roadie Metal durante o lançamento do álbum ‘Under A Godless Moon‘ de 2017 (Confira a resenha clicando AQUI), um álbum que trazia uma mescla de Death Metal e aspectos de sons urbanos inspirados na linda Adelaide. Um ano depois e Aidan parece ter uma criatividade sem fim pois acaba de disparar outra de suas obras orgânicas, soando tão obscuro e melancólico quanto antes.
‘VIRULENT HOST’ é o novo título na lista deste músico que continua a manter tudo apenas em instrumental mas dispensa essa necessidade com linhas de guitarra e bateria realmente impressionantes. Este segundo full-length com doze faixas, demonstra um músico evoluindo de maneira abissal.
Partindo da faixa ‘Sunlight Drowns in Apathy‘ encontramos um sintomático trabalho acústico soando com um grande teor de melancolia, este é seu ponto de partida nesta viagem instrumental que em alguns instantes ganha uma rota macabra trilhando linhas suicidas de bateria e baixo fervilhando enquanto Aidan trabalha a guitarra como um bisturi retalhando toda a sonoridade. E se lá em 2017 este músico trazia sons ambientais mesclados ao Death Metal, neste novo álbum ele pulou de cabeça em cenários de desespero, caos e instabilidade. Faixas como a faixa título, ‘Virulent Host‘, e ‘Cyclothymic‘ levaram qualquer fã de Death Metal ao delírio enquanto a melodia parece te levar a uma vórtice infinita.
Eu devo admitir que anseio pelo dia que vocais finalmente entrem nas linhas deste músico, pois ele possui uma concepção tão brutal de sua música que praticamente é um item que não faz falta mas que deve ser o único que eu poderia mencionar como ausente, e em faixas como ‘Beyond Fathomless Depths‘ onde a todos os elementos parecem estar em desespero absoluto. Isso se torna um detalhe tão mínimo enquanto sua mente fervilha entre riffs rápidos, solos gritantes e uma atmosfera gerada de forma precisa e natural.
‘Memory Cove‘ é uma das faixas mais ambíguas neste álbum, e embora ela carregue um sentimento de solidão profunda, ao mesmo tempo te guia por planícies sonoras realmente cintilantes onde as mudanças de tempo confundem a mente.
https://youtu.be/HZDoNVwTLpE
‘The Widowmakers‘ e ‘Engulfing Tranquility‘ são outra demonstração do quanto este músico cresceu desde seu último trabalho, são faixas inebriantes onde ele tece teias paralisantes para as guitarras transformando este álbum em um devorador de faixas voraz e sinistro, e eu realmente gosto como ele encontra espaço em meio a tudo para inserir trechos de baixo realmente longos, sobrepondo-se as guitarras, como ‘Demons of Derailment‘.
Com uma arte de capa tão hipnotizante quanto seu conteúdo, VIRULENT HOST está tão a beira da morte quanto qualquer outro álbum instrumental do segmento que eu tenha escutado este ano. Com uma produção e mixagem magistral as doze faixas deste álbum vão te mostrar o lado negro e dilacerante deste músico que tem tudo pra ser um dos melhores nomes daquele continente distante, que soma ano após ano uma gama do melhor do que o Rock e Metal tem a oferecer.
Destaque para “Wherein Wolves Die“.
Tracklist:
01. Sunlight Drowns in Apathy
02. Virulent Host
03. Cyclothymic
04. Beyond Fathomless Depths
05. Memory Cove
06. Seas of Fervent Wings
07. The Widowmakers
08. Calignosity
09. Engulfing Tranquility
10. Abandoned Kingdom from the Sky
11. Demons of Derailment
12. Wherein Wolves Die
Formação:
Aidan Cibich (todos os instrumentos).
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