Uma das maiores tretas da história do show business, foi o desmantelamento do Pink Floyd no final dos anos 70. O resultado é sabido por todos, David Gilmour, Richard Wright e Nick Mason conseguiram na justiça o direito a marca Pink Floyd, para desespero de Roger Waters. Após o lançamento de “A Momentary Lapse of Reason”, em 1987, Guy Pratt foi o escolhido para assumir o baixo que havia sido eternizado por Waters. Não se tornou um membro oficial da banda, mas participou de todos os projetos da banda (registros em estúdio e turnês) até 1994, quando as atividades foram definitivamente encerradas.

Em entrevista a publicação Rolling Stone, relatou que apesar da função primordial que executava criativamente, Roger Waters não gravou o baixo de várias canções do Pink Floyd. Ele descreve que o guitarrista David Gilmour assumiu o instrumento em “metade das faixas” dos discos que trazem Waters na formação.

“David tocou metade dos baixos desses álbuns e eu nunca vi Roger como um baixista. Ele era mais como um grande conceitualista. Eu achava engraçado quando os fãs diziam, tentando me elogiar: ‘você é um baixista tão bom quanto Roger Waters’. Era tipo: ‘bem, obrigado, mas eu prefiro compor o The Wall‘”, frisou.

Em outra parte da entrevista, revelou que sua audição para se juntar a clássica banda, envolveu apenas uma performance vocal da música “Run Like Hell”. “Esse foi o teste. Eu apareci depois de uma grande noite, de ressaca, e pensei: ‘ferrou’. Mas talvez foi por isso que eu cantei tão bem. Se eu estivesse bem, ficaria constrangido demais”, ressaltou essa pitoresca passagem.

Mesmo na segunda audição que David Gilmour agendou posteriormente, Guy Pratt nem sequer teve acesso a seu instrumento. “David pediu para cantar de novo e eu perguntei o motivo, pois já havia feito antes. Eu estava apavorado, mas banquei o arrogante. David ficou tipo: ‘f*da-se esse cara, vou arriscar’. Nunca toquei baixo nos testes, só cantei ‘Run Like Hell’. Não sei o quanto isso diz sobre o que David pensa da complexidade do baixo do Pink Floyd. Ele estava tipo: ‘eu sei que você consegue tocar baixo'”, disse.

Pink Floyd com sua formação clássica em estúdio

Guy Pratt tem um curriculum invejável em sua carreira, também tocou com Michael Jackson, Madonna, Coverdale/PageWhitesnake, Tears for Fears, Iggy Pop, Tom Jones, Debbie Harry, Gary Moore, entre outros. Quando David Gilmour partiu em carreira solo nos anos 2000, o baixista também esteve envolvido. Ele ainda faz parte do atual projeto do baterista Nick Mason, o Saucerful of Secrets, que aborda o material antigo do Pink Floyd.