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Não exatamente em 2003, a sensação de assistir um DVD de uma banda que você está conhecendo e fazendo você entrar no mundo do seu estilo favorito é simplesmente incrível. Na época, eu pouco sabia sobre bandas, sobre o Rock em geral, apenas tinha uma base que vinha do meu falecido Pai, mas com algo aqui e ali sobre bandas nacionais, como Titãs e Os Paralamas do Sucesso. Foi aí que a moda da época acabou chegando a meus ouvidos. Mais precisamente em 2004, foi onde Evanescence, System Of A Down, Slipknot e principalmente o Linkin Park estavam explodindo nas rádios.

Ainda sem internet, a busca por mais músicas vinha nos camelôs, com os CDs piratas, coletâneas com capas ridículas que acabavam em audições incríveis, de músicas MP3 com a qualidade terrível, mas que era praticamente o único jeito de ouvir.

A primeira vez que assisti “Live In Texas” do Linkin Park foi incrível, a energia que a banda passava, a mistura do Rap com Metal, Chester Bennington gritando como nunca, Mike Shinoda fazendo raps, cantando, tocando guitarra, piano, era algo que encantava um adolescente de 13 anos e toda vez que assistia novamente, era como se fosse a primeira vez.

Desde o Play, onde a banda aparece no backstage unida e se preparando para subir ao palco, começando o setlist pela explosiva “Don’t Stay“, a melódica e pesada “Somewhere I Belong” e a enérgica “Lying From You“, que era exatamente a abertura do “Meteora” (2003), mas quem disse que eu sabia de uma coisa dessas na época?

Chega então “Papercut” puxando uma sequencia do “Hybrid Theory“, com “Points of Authority” e “Runaway” em seguida. Aí eu notava que o público ficava mais empolgado, pois eram músicas do álbum anterior ao da turnê. Claramente eu não entendia na época, mas achava legal tudo aquilo. Chega então uma dobradinha perfeita com “Faint“, com uma performance espetacular de Chester, e “From The Inside“, que encantava muito, com o rap sendo cantado em cima de uma base melódica e cadenciada que nos leva para aquele refrão explosivo, era algo que arrepiava qualquer adolescente naquela época.

Figure.09“, “With You” e “By Myself” soavam estranhas no início, mas ao poucos fui me acostumando e as faixas acabaram se tornando um tipo de lado B, pois não apareciam mais em shows futuros da banda, então o registro nesse DVD foi histórico, algo compreendido somente anos depois.

Minha lembrança de “P5HNG ME A*WY” era intrigante, pois não aparecia em nenhum dos álbuns que eu tinha na época. Então a busca por saber de onde vinha a faixa foi grande, finalizada somente com a minha introdução a internet bem mais tarde.

Chegando em “Numb“, essa era a música mais tocada no início dos anos 2000, 1º lugar em Billboard, Hit Parade Brasil, e isso na cabeça do adolescente tornava a faixa a melhor da banda, o repeat nela foi tão consequente que acabou a deixando enjoativa mesmo nos dias de hoje.

Crawling” era outra faixa que fez muito sucesso, não tanto no Brasil, mas lá fora era já uma clássico da banda, então todos sabiam cantar e isso também me deixava eufórico, assim como em “In The End“, outra clássica que nunca ficou de fora dos shows futuros, era impossível não decorar todos aqueles raps e ainda mais o refrão pegajoso.

Na reta final, temos a performance impressionante de “A Place For My Head“, que era sempre bem-vinda nos shows, com Chester possuído. Ao seu final, o mesmo quebra a guitarra de Brad Delson e isso era a coisa mais Rock’n’roll que eu tinha visto até aquele momento. E por último, “One Step Closer“, com o seu “Shut up!” ecoando de uma forma maravilhosa, a música perfeita para o final de show do Linkin Park.

Sem dúvidas foi o ao vivo que mais marcou a minha vida, que me levou a ser fã do Linkin Park, que foi a porta de entrada para o Rock e consequentemente o Metal. Quase 20 anos depois, ainda ouço regularmente o “Live In Texas“, quase toda semana praticamente, seja em casa com o material físico, o qual tenho três versões, ou pelo streaming, tanto que sempre aparece lá na página inicial.

Tecnicamente, é o DVD perfeito, pois a banda acabou juntando o melhor de dois shows no Texas, um em Houston, outro em Irving, para obter a melhor edição possível da filmagem. A performance estava afiada, em um visual simples, comparado aos shows futuros do Linkin Park. Durante o show, Chester agradece outras bandas, como Limp Bizkit, Mudvayne, Deftones e principalmente o Metallica, pela oportunidade de fazerem uma turnê juntos, já que o show uma data da turnê Summer Sanitarium, dos gigantes do Metal.

Enfim, tendo em vista que já são 18 anos desde então, tanto a banda quanto minha vida mudaram muito, mas sempre andando lado a lado, ainda acompanhei a banda até o último lançamento, chorei muito e choro até hoje com a morte de Chester, e ainda espero que haja um futuro para a banda, todos ainda novos e com muito a colaborar com o mundo da música. É e sempre será a minha banda da vida.

Linkin Park – Live In Texas
Data de lançamento: 18 de novembro de 2003
Gravadora: Warner Bros. Records

Setlist:
01. Don’t Stay
02. Somewhere I Belong
03. Lying From You
04. Papercut
05. Points Of Authority
06. Runaway
07. Faint
08. From The Inside
09. Figure.09
10. With You
11. By Myself
12. P5HNG ME A*WY
13. Numb
14. Crawling
15. In The End
16. A Place For My Head
17. One Step Closer

Formação:
Chester Bennington
– vocalista
Rob Bourdon – baterista
Brad Delson – guitarrista
Joe Hahn – turntablism, sampler
Dave Farrell – baixista
Mike Shinoda – vocalista, guitarra ritmica, tecladista, sampler