A princípio, parecia uma piada de mau gosto. Em 14 de abril de 2010, começaram a surgir relatos de que Peter Thomas Ratajczk (também conhecido como Peter Steele), o líder do Type O Negative, estava morto. Era impossível acreditar, e não apenas pelos motivos normais pois Steele não era novato em desafiar a morte.

Desde que criou o Type O Negative, em 1989, das cinzas da banda de crossover Carnivore, Steele tentou suicídio, teve uma overdose e até fingiu sua própria morte em 2005 com um post no site da banda. Ele parecia um Keith Richards de metal gótico, um cara que desafiava o destino várias vezes e vivia para contar a história. Mas em 14 de abril de 2010, Steele, que estava doente, de cama, morreu de um aneurisma da aorta aos 48 anos.

Houve várias ocasiões em que Steele estava lutando com drogas e álcool e ficou internado, aparentemente à beira da morte. Poucos dias antes de morrer, ele estava orgulhoso de finalmente estar limpo e sóbrio e animado por se mudar para um lugar perto de Staten Island.

O guitarrista do Type O Negative Kenny Hickey e o baterista Johnny Kelly estavam se preparando para ensaiar com seu projeto paralelo de doom metal Seventh Void quando Kelly recebeu a má notícia – “Recebi um telefonema de um número que não reconheci, então deixei para o correio de voz”, diz ele. “Era a irmã de Peter. Liguei para ela e disse: ‘O que houve? ‘, E ela disse: ‘Perdemos Peter’. Eu disse: ‘O que você quer dizer? ‘, e ela disse: ‘Ele se foi.”

Embora ele alegasse que era tímido e sofria de medo do palco, ele abraçou ansiosamente seu papel de porta-voz da banda. Como tal, ele tinha uma voz profunda e era surpreendentemente de fala mansa, mas tinha uma inteligência afiada e um senso de humor histérico e autodepreciativo.

O cantor-baixista alegou ser um misantropo (que odeia a humanidade ou sente aversão às pessoas), escreveu letras sarcásticas que o fizeram ser confundido como racista e misógino. Ele negou repetidamente as acusações e aqueles próximos a ele insistem que os mal-entendidos faziam parte do bizarro senso de humor de Steele.

Em 1995, durante o auge do sucesso do álbum mais popular do Type O Negative, Bloody Kisses (que incluiu o hit “Black No. 1 (Pequena Miss Scare-All)”), Steele posou completamente nu (frontal) para a capa central da Playgirl. A mudança causou impacto entre as fãs do sexo feminino da banda, e alguns também masculinos. “Ele ficou chateado quando os gays apareceram e pediram seu autógrafo com a foto”, lembra Hickey. “Alguns deles vieram até mim. Eu estava tipo, ‘eu não estou assinando isso. Dá o fora daqui! ‘”