A banda americana Green Day passou por Curitiba ontem, dia 05 de novembro, com a sua Revolution Radio Tour. Billie Joe Armstrong, Mike Dirnt e Tré Cool, transformaram o domingo frio e nublado de um público aproximado de 15 mil pessoas. Quem fez a abertura do show foram os The Interrupters (saiba aqui), eleita para a turnê na América do Sul. A escolha da banda encabeçada por Aimme Allen nos vocais foi excelente para a galera entrar no clima. Isso porque enquanto grande parte ainda estava chegando ao local, era possível curtir “A Friend Like Me”, “By My Side”, e a impossível de ficar parado “Take Back The Power”.

Mas o público enlouqueceu mesmo, e com razão, quando o Green Day entrou no palco. Além da empolgação que “Know Your Enemy” já traz naturalmente, pelas batidas bem marcadas e letra repetida, a carisma da banda é algo de se aplaudir de pé. Billie Joe é um excelente frontman que contagia o público de maneira singular. Entre “Bang Bang” e “Revolution Radio”, o vocalista soltava diversos “get your hands up in the air” (levantem as mãos para cima!) e “turn your lights on” (tradução literal de: acendam suas luzes), o que antigamente era o chamativo para a galera acender os isqueiros, mas, como a modernidade chegou, foram com as lanternas dos celulares que o público atendeu ao pedido.

Falando em modernidade, Billie elogiou o fato de que o pessoal estava realmente assistindo ao show e haviam poucos celulares levantados naquele momento. “Don´t save it for later, let´s live right now” (Não guarde para depois, vamos viver agora.), disse o vocalista. Super atencioso aos fãs, ele chamou alguém para cantar pois havia “esquecido a letra”, uma fã enlouquecida subiu ao palco e realizou o sonho de muita gente ali. Mas na hora de sair do palco, Billie Joe fez a menina mergulhar no público, que a segurou e foi tudo certo.

A energia da banda é contagiante. É do tipo que toca para o público mesmo, que não faz show pra si, mas proporciona um grande espetáculo para quem assiste. Você não espera que uma banda assim tenha esse carisma. Mas o Green Day tem, um super carisma que contagia até o público mais desavisado.

Outro que realizou o sonho de muitos guitarristas foi o menino Sérgio. “Tem algum guitarrista por aí?”, e foi então que um menino subiu ao palco, e logo Billie Joe ensinou as notas e cantou enquanto Sérgio tocava. O público reagiu com um “Boa moleque.” E para o deleite do próprio garoto, ele ganhou a guitarra.

“Senhoras e Senhores, Tré Cool na bateria”. E ele mostrou o tempo todo a que veio, também muito carismático e ficava fazendo caretas para a câmera. O solo foi incrível, com direito a “Garota de Ipanema” com acompanhamento de sax, e o baterista de saia e peruca, trocando de lugar com o Billie, que arriscou umas batidas.

O vocalista fez um pequeno discurso sobre a política, contra o Trump, “fuck the politicians”. Mas aqui no Brasil, o pessoal soltou um “Fora Temer” mesmo. “Eu não sei o que vocês estão dizendo, mas eu sinto.”, disse Billie

O Green Day fez um show pra ninguém ficar parado. Independente da escolha de música deles, a presença de palco é inesquecível. Animação do começo ao fim. É uma banda que interage com o público o tempo todo e de uma humildade que quase não se vê. “You’ve been so good to me” (Vocês foram muito bons comigo!) Após alguns covers, eles saíram do palco. E, sim, voltaram para tocar “American Idiot” e  “Jesus of Suburbia”. A ordem do set list foi tão boa, que para finalizar, Billie Joe fez um acústico emocionante com “21 Guns” e “Good Ridance (Time of Your Life)”, e deixou o palco com a bandeira do Brasil nas costas.

Independente como ficou fã do Green Day, se foi quando estourou “She”, ou na época do “American Idiot” ou foi de alegre mesmo, esse show foi para você!