Durante a edição desta semana da “SepulQuarta” do Sepultura, o baterista Eloy Casagrande refletiu sobre o falecimento do ex-vocalista do Angra, André Matos. O cantor, que também cantou nas bandas de Metal brasileiras Viper e Shaman, morreu em junho passado depois de sofrer um ataque cardíaco. Ele tinha apenas 47 anos.

Eloy disse (veja o vídeo abaixo): “Em 2006, eu tinha apenas 15 anos. Lá atrás, eu estava passando em alguns programas de TV aqui no Brasil. Eu estava fazendo Faustão. Se você é brasileiro, sabe quem é Faustão. Ele é uma das pessoas mais — eu não sei — únicas no mundo. E eu fui lá para tocar um pequeno solo de bateria. Eu não me lembro por quê — por que razão eu estava fazendo isso. Mas eu fui lá. Se você conhece Roy Z, o produtor, naquela época ele estava produzindo o álbum de André Matos, e me assistiu na TV Globo. E ele ligou para André Matos e disse: ‘Cara, você precisa fazer uma audição com Eloy. Vi um garoto na televisão tocando bateria. Depois de um dia, recebi uma ligação do gerente de André Matos, perguntando se eu queria fazer uma audição. E eu fui lá com meus pais — lembro que era muito jovem; Eu tinha apenas 14, 15 anos — e toquei com a banda. E eu lembro que depois da audição, os caras me deram o aval, que eu estava na banda. Eu fui conversar com o André. Perguntei-lhe: ‘Cara, você tem certeza que quer um garoto de 15 anos tocando na sua banda? Não tenho certeza se posso lidar com isso. Eu sou novo demais. Eu nunca viajei. Eu não sei como vai ser. Você tem certeza disso?’ E ele disse: ‘Não, cara. Eu acredito em você.’ Então ele foi o primeiro cara que me deu a oportunidade de ser um músico profissional, tocar em uma banda, tocar em uma banda adequada, não tocar covers, viver música, viver arte. Então ele era um ótimo ser humano, um ótimo cara. E ele é uma lenda agora.

Além de gravar os vocais e teclados do álbum de estréia da Angra em 1993, “Angels Cry“, André foi o compositor e arranjador de nove das dez faixas do LP, incluindo “Carry On“, que ainda é considerado uma das músicas mais populares do Angra. Matos também gravou os vocais principais nos álbuns “Holy Land” (1996) e “Fireworks” (1998).

Matos, junto com o baixista Luis Mariutti e o baterista Ricardo Confessori, deixou o Angra em 2000 e lançou o Shaman (mais tarde conhecido como Shaaman devido a questões legais). André prosseguiu uma carreira solo, continuando envolvido em vários projetos externos.

André lançou três álbuns solo: “Time To Be Free“, de 2007, “Mentalize“, de 2009, e “The Turn Of The Lights“, de 2012.

Fonte: Blabbermouth