Apesar de ser uma banda relativamente nova, a britânica Cult Burial já mostra conhecimento de causa, incluindo sendo bem prolífica. Fundada em 2020, já lançou dois EP’s (“Sorrow” em 2020 e “Oblivion” em 2021), além de um álbum autointitulado no mesmo ano de sua fundação. Essa experiência é comprovada em seu novo single, este “Strive”.

Um dos principais trunfos do quarteto, formado por César Moreira (vocal), Simon Langford (guitarra/bateria), Felipe Grüber (guitarra) e Lukas Kaminski (baixo), é saber equilibrar o death e o doom metal que resultam no novo trabalho (e também em sua sonoridade), não deixando que um se sobreponha ao outro. E ainda trazem leves nuances de black metal, encontrada nos detalhes.

“Strive” começa caótica, com o death metal aflorando brutalmente. Mesmo assim, já apresenta uma leve melodia e um ar sorumbático. Com riffs intrincados, ela segue uma progressão um tanto quanto contrária. Ao invés de ir ganhando corpo e ritmo, sofre uma quebrada brusca, onde alcança os elementos do doom metal. Mesmo assim não perde sua intensidade, graças a bateria e seu uso oportuno de bumbo duplo.

É impressionante como o Cult Burial consegue juntar todos os seus elementos, ser brutal, mas não gratuitamente. A todo momento “Strive” traz um ar intenso, que não deixa o ouvinte a vontade, causando um misto de euforia e melancolia. Tudo com um peso descomunal.

Com um instrumental coeso e bem timbrado, mérito da ótima produção que manteve a qualidade sem cair nas armadilhas das modernices, o vocal não poderia ficar atrás. E não fica, pois o português César Moreira destila um gutural cavernoso primordial, que se encaixa perfeitamente a massa sonora imposta pela banda.

“Strive”, em uma tradução livre significa esforço. Apesar de a composição não exigir nenhum esforço para ser apreciada, ela mostra que o metal extremo está mais vivo do que nunca, apesar de muitos o condenar.

http://www.cultburial.com

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