Nascido Gary Lee Weinrib, em 29 de julho de 1953, em Willowdale, Toronto, no Canadá, é filho de pais poloneses, sendo seu pai Morris Weinrid, de Ostrowce e sua mãe Manya (Mary) Rubenstein, de Varsóvia. Ambos judeus foram sobreviventes do holocausto nazista, tendo sido presos no campo de concentração de Auschvitz, ainda adolescentes, sendo transferidos posteriormente para Dachau (pai) e Bergen-Belsen (mãe). Após o fim da Segunda Guerra Mundial, eles se reencontraram, casaram-se e emigraram para o Canadá. Morris era um músico habilidoso, mas morreu ainda jovem, fazendo com que sua mãe trabalhasse fora para sustentar os 3 filhos. Segundo Geddy Lee, ter ficado sem pai quando ainda era muito jovem acabou contribuindo para que este se desenvolvesse na música, pois pensava que por ser tão passageira, a vida deveria ser vivida antes que fosse tarde demais.

Quando ainda tinha seus 10, 11 anos, Lee foi ingressado na música, na escola, aprendendo a tocar bateria, trompete e clarinete. Aos 14 anos ganhou seu primeiro violão. Percebendo que este aprendizado na escola não era suficiente, tomou aulas particulares de piano. O mundo do rock passou a fazer parte da vida de Lee ao ouvir os grupos que faziam sucesso naquela época, como   Jack Bruce, John Entwistle, Jeff Beck e Procol Harum, que passaram a ser sua influência. Como estava muito interessado no rock progressivo britânico, passou a tocar baixo imitando principalmente Jack Bruce (Cream), classificado por ele como tendo um som distinto. Outros baixistas que também o influenciaram foram Paul McCartney, Chris Squire e James Jamerson.

Geddy Lee

Então, Lee transformou seu porão em um espaço para que ele e seus colegas de escola pudessem tocar, uma vez que estavam formando uma banda. Os garotos começaram a ganhar dinheiro com pequenas apresentações em colégios e eventos, fazendo com que Lee, para desgosto de sua mãe, desistisse da escola e se dedicassem integralmente à prática musical. Lee queria ser um músico profissional e mostrar para a sua mãe que aquilo valeria à pena, que ele era capaz, trabalhando duro para vencer na vida.

Uma curiosidade sobre no nome dele é que Geddy era a forma como sua mãe, com seu sotaque polonês carregado o chamava, tentando pronunciar Gary. Seus amigos de escola passaram a chama-lo da mesma forma, fazendo-o adotar o nome, primeiro como artístico e posteriormente oficializa-lo legalmente. As experiências vividas por sua mãe durante o holocausto fizeram com que Lee escrevesse reflexões, que até foram publicadas no jornal judaico da Califórnia, o Jweekly. Tais experiências também foram relatadas ao companheiro de banda e letrista do Rush Neil Peart, que usou essas experiências como inspiração para escrever a letra do clássico “Red Sector A“, lançado no álbum do Rush Grace Under Pressure (1984). Apesar de ser judeu, Lee considera os judeus como raça e não como religião e se denomina ateu-judeu, se isso for realmente possível.

Rush com seu baterista original John Rutsey (1974)
Formação original do Rush: Da esquerda pra direita: Alex Lifeson, John Rutsey e Geddy Lee

Em 1968, uma nova banda estava sendo formada em Toronto, Canadá, cidade natal de Geddy Lee. O trio era formado pelo vocalista-baixista Jeff Jones, o guitarrista Alex Zivojinovich e o baterista John Rutsey. O irmão de Rutsey sugeriu que o trio fosse chamado de Rush. Ainda em 1968, Jones foi substituído por Geddy Lee, que era amigo de Alex, que ficou mais conhecido pelo nome Alex Lifeson. O trio se firmou assim e mesmo sem nenhum apoio de gravadoras, lançaram o álbum de estreia, homônimo, em 1974. Logo após o lançamento do álbum de estreia, que foi distribuído pela Moon Records e mais tarde redistribuído pela Mercury Records, John Rutsey teve que deixar a banda, devido a complicações de saúde, pois era diabético, assim como não desejava fazer turnês. Data de 25 de junho de 1974, a sua última apresentação com o Rush. Depois de uma audição para escolher o novo baterista, Neil Peart foi escolhido e fez sua estreia em 29 de julho daquele ano (NR: A biografia de Neil Peart, com detalhes dessa audição, foi publicada por esta redatora que vos escreve neste site, em 15/08/20 – https://roadie-metal.com/biografia-neil-peart-monstro-sagrado-das-baquetas/).

“Red Sector A”, canção baseada nas experiências da história de vida da mãe de Lee no holocausto

Geddy Lee é um multi-instrumentista extremamente versátil. Como vocalista, ele falsetes contratenor distinto e ressonante, com alcance vocal de 3 oitavas, indo de barítono a tenor, alto e sons mezzo-soprano. Com seu baixo em punho, Lee fazia sons agudos, difíceis de serem executados, muitas vezes em contraponto com a guitarra de Lifeson. Além disso, Lee, que mais parece uma orquestra de um homem só, ainda realiza apresentações de teclados, mesmo nas apresentações ao vivo, desdobrando-se em 3.

Documentário sobre “My Favorite Headache”, álbum solo de Geddy Lee (2000)
Rush: Formação clássica: Da esquerda pra direita: Geddy Lee, Alex Lifeson e Neil Peart

Além de vários trabalhos paralelos, Geddy Lee lançou um álbum solo, My Favorite Headache (2000), na época da parada das atividades do Rush, devido à morte prematura da filha de Neil Peart. Ele é um músico premiado, pelo seu estilo, técnica e habilidade com seu contrabaixo. Em 2013, o Rush, de Lee, Peart e Lifeson foi induzido no Rock and Roll Hall of Fame. Assim como é considerado como um dos melhores baixista da história do rock, também é reconhecido desta forma como vocalista. Baixistas como Cliff Burton, Steve Harris, John Myung, Les Claypool e Tim Commerford consideram Geddy Lee como fonte de inspiração. Por toda a sua destreza e habilidade como musicista e seu talento no mundo da música, Geddy Lee já receu inúmeros prêmios e continua, apesar do fim oficial do Rush após a morte de Peart, a trilhar os caminhos da música, para o nosso deleite.

Geddy Lee

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