Diferente e inovador o Art Against Agony (AAA), definido como um coletivo artístico internacional, teve sua primeira passagem pelo Brasil concluída. Com shows realizados em São Paulo e Rio de Janeiro o grupo interagiu fortemente com o público mostrando que a humildade também compõe seu núcleo artístico.
Para quem não conhecia o som e teve a oportunidade de apreciar a novidade, provavelmente percebeu que o Art Against Agony veio para ficar. O grupo reúne variações musicais em suas composições, permitindo que o ouvinte desfrute do prog, jazz, blues, eletrônica e da música clássica em uma só canção. Um trabalho árduo e prazeroso que proporciona aos ouvidos sensações únicas de um instrumental harmonioso. Recentemente o grupo divulgou o clipe da música “Coffee For The Queen” que compõe o incrível EP “Russian Tales”, último lançado.
Confira a entrevista que rolou com the_sorcere, guitarrista e fundador do Art Against Agony, onde ele fala sobre a passagem pelo Brasil e objetivos futuros.
O Art Against Agony passou em torno de 15 dias no Brasil garantindo boa música ao público de São Paulo e Rio de Janeiro. Alguém do grupo já esteve no Brasil antes? Como você resume essa primeira passagem do grupo ao país?
The- sorcere: Nenhum dos membros esteve na América Latina antes, muito menos no Brasil. O Brasil mostrou ser muito perigoso e lindo tanto em relação à natureza como as pessoas que habitam a terra. A paisagem do Rio permanece inesquecível para nós, mas os perigos constantes na cidade também. Antes do nosso primeiro show no Rio, tivemos um churrasco com alguns fãs e nossa agência de concertos e, de repente, os tiros foram ouvidos a apenas 100 metros de nossa localização. Todos ficaram calmos, mas estamos chocados.
Em entrevista anterior você declarou que não esperavam nada da tour pelo Brasil. “Se esperarmos muito, poderemos nos desapontar. Por outro lado, se não esperarmos nada, a tour vai ser incrível. ” Agora que já tiveram a experiência, foi ou não surpreendente estar entre os brasileiros?
Na verdade, foi incrível. Acho que uma das maiores honras para um artista é chegar em um novo país e ter gente esperando lá para vê-lo. Pessoas que já conhecem sua música, pessoas que irão até você depois de um show para dizer: “Ei, adorei a versão da música que você tocou esta noite muito mais do que a versão do álbum! ”
Muitas pessoas no Brasil nos escreveram no Facebook antes do passeio dizendo que eles não podiam esperar para nos ver, portanto, permanecemos incrivelmente agradecidos e chocados com essa fabulosa resposta de nossos fãs brasileiros.
Diante da diversificação que o grupo apresenta em cada obra, alguns ouvintes, que não os conheciam, ficaram impressionados e aprovaram o som. O que você tem a dizer para esses ouvintes específicos?
Nós escrevemos música em um processo muito perseverante, demorado e as vezes exaustivo. Não entramos em um estúdio de gravação e terminamos um registro em uma ou duas semanas. Encontramos e apenas adicionamos pequenos detalhes a um projeto já existente. As músicas crescem ao longo do tempo. Camadas e camadas de melodias, harmonias e ideias rítmicas formam uma estrutura complexa apenas com o tempo. É como tecer um tapete.
Isso também torna nossa música muito versátil. Você pode encontrar ideias de blues no meio de uma aventura de tritão de death metal, ou você pode encontrar algumas batidas de eletrônica ao lado de uma influência clássica. É preciso muito tempo para harmonizar todas essas “cores e sabores” diferentes, mas pensamos que é a razão pela qual temos fãs em todos os tipos de gêneros diferentes.
As pessoas que cedem o seu tempo e permitem estar totalmente submersas com o fluxo de nossa música sempre encontrarão algo em que podem se encaixar e apreciar a melodia de sua própria maneira, porque cada instrumento recebeu tempo suficiente para contar sua própria história em uma música.
Em todos os shows realizados no RJ, o Art Against Agony interagiu com o público, prestigiou bandas locais além da atenção especial dada aos admiradores do grupo. Gestos simples e admiráveis. Além do amor pela música, o que mais os motiva a seguir em frente?
O projeto “ art against agony ” quer espalhar a mensagem que rostos, nomes, cor de pele, vozes e toda a nossa identidade corporal não importa, que nós somos humanos no que fazemos e que todos morreremos em um pequeno número de anos e nossos corpos apodrecerão e serão esquecidos logo depois. O que permanecerá é o que fazemos neste mundo.
A humildade inspirará os outros a tornarem-se humildes. Se você tiver sucesso usando a violência, outros serão inspirados a usar a violência para alcançar seus objetivos também. Somos estudiosos e viajamos ao redor do mundo para ensinar as pessoas a esquecerem de “si”, porque seu “eu” não importa de modo algum. Um aperto de mão é importante, um beijo, um abraço adorável, um sorriso, algumas boas vibrações, boa música… Não importa “quem” está dando o abraço, o sorriso ou a música, mas alguns corpos devem fazê-los. Só então o mundo pode tornar-se um lugar melhor não apenas por um momento, mas para sempre.
Com cinco anos de estrada, quais são os objetivos do grupo? Como você vê o Art Against Agony daqui a dez anos?
Continuaremos a nossa viagem ao redor do mundo sem expectativas. Esperamos que muitas pessoas tenham entendido a nossa mensagem em dez anos, mas já estaremos felizes se apenas uma pessoa tiver entendido completamente até então.
Art Against Agony volta ao Brasil em breve?
Esperamos muito. Se nos apresentarmos uma ótima oportunidade, definitivamente voltaremos em breve.
Deixe uma mensagem para todos os brasileiros e admiradores do grupo.
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Saiba mais sobre a banda e seu lindo trabalho.
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