ABC DO METAL APRESENTA – Bandas com a letra F

Escolhemos 5 bandas por letra, uma vez por semana, para você ampliar seus conhecimentos! Confira as bandas com a letra F!

FAITHFUL BREATH – Heavy Metal – Origem: Alemanha – Formado em 1967

Release: O Faithful Breath insere-se dentro do conjunto de bandas de Metal Tradicional que transitaram no período compreendido entre o começo da NWOBHM e o advento do Power e do Thrash Metal. Grupos como Axe Witch, Ostrogoth, Torch e tantas outras que entregaram álbuns excelentes, mas que não explodiram no cenário.
Sendo mais preciso, esse paralelo, entre o Faithfull Breath e as demais, só encontra plena adequação quando observamos seus álbuns do começo da década de 80. Afinal a banda foi criada em 1967 e, naquela época, sequer fazia Heavy Metal, sendo mais adeptos da corrente do Rock Progressivo, devidamente observável em seus dois primeiros discos, “Fading Beauty” e “Back On My Hill”.
Após esse último, o grupo liderado pelo guitarrista e vocalista Heinrich Mikus, único integrante presente em todas as fases, deu a guinada para o lado pesado da força, e essa mudança surgiu acompanhada da adoção de um novo visual, com motivos vikings.
Tendo registrado alguns discos antológicos como “Gold´n´Glory” e “Skol”, eles prosseguiram seu caminho até uma nova guinada em 1986, dessa vez com a extinção da banda original e sua recriação com outro nome, outro visual e uma sonoridade levemente diferenciada, mais voltada para o Speed Metal. Adeus, Faithful Breath; Olá, Risk!
Nesse período transitório, um integrante que se destacou em suas fileiras foi o guitarrista Thilo Hermann, que no futuro viria a integrar o Running Wild, gravando discos importantes como “Black Hand Inn” e “Masquerade”. O novo conjunto resistiu por cerca de sete anos e lançou cinco álbuns. Em 1993 encerraram as atividades e, desde então, não há registro de novos projetos envolvendo seus integrantes.

Músicas de destaque: Os já mencionados “Gold´n´Glory” e “Skol” trazem o principal do repertório. Vá direto em faixas como “King of the Rock”, “Princess in Disguise”, “Double Dealer”, “Lady M” e “Skol”.

Opinião: Não há como um fã do Heavy Metal, em sua forma mais pura, não se afeiçoar com a musicalidade do Faithful Breath. São canções antêmicas, na melhor tradição do Accept, mostrando as razões pelas quais a Alemanha se tornou a grande potência no estilo durante aquela década.
Vamos lembrar também que o grupo teve sua passagem pelo Progressivo e, nesse período, entregaram sons que encontram similaridades com seus conterrâneos do Eloy, merecendo, portanto, uma audição mais atenta.

Novidades: Infelizmente não há informações sobre atividades recentes da banda ou mesmo de seus integrantes. Os últimos registros de Heinrich ou Thilo, os componentes de mais evidência, datam respectivamente de 1993 e 2009. O Risk ainda possui uma página no Facebook, mas suas únicas atualizações são as publicações de músicas extraídas do Youtube.

FACADA – Grincore – Origem: Fortaleza, Ceará – Formado em 2003

Release: O Ceará é a terra do extremismo! Não foi à toa, portanto, que saiu do Estado uma das principais referências em termos de Grindcore na atualidade.
O Facada iniciou o seu trajeto de forma completamente despretensiosa, agregando integrantes de formações locais como Diagnose, Clamus e Obskure. A força de sua música, porém, ganhou projeção independente da história individual de cada membro, e hoje são referenciados e recebem elogios de bandas como Ratos de Porão e Torture Squad, entre outros.
O quarteto já lançou cinco álbuns, sendo que “Nenhum Puto de Atitude” é um disco de covers, onde fazem releituras de Napalm Death, Titãs e Misfits, entre outros. A arte gráfica de seus trabalhos é sempre muito bem cuidada. Soma-se também, à sua discografia, o split “Primitive”, lançado em 2017 junto com os gregos do Stheno.

Músicas de destaque: Tarefa difícil apontar destaques dentro da coesão que apresentam, mas faixas como “Tudo Me Faltará”, “O Cobrador”, “Amanhã Vai Ser Pior”, “A Verdade Gera O Ódio”, “Escassez = Lucro”, “Os Porcos Comem Meu Rosto”, “Tudo Está Desmoronando” e “Espero Antes de Morrer” são imperdíveis e bastante exemplificativas do som do Facada.

Opinião: Grindcore puro! Muita influência de Napalm Death e Repulsion. Alguns traços de RDP também podem ser percebidos dentro de sua discografia, além da inserção de elementos de Death e Black Metal em algumas faixas.
As canções são, em sua grande maioria cantadas em português. Algumas surgem em inglês, mas o vernáculo nacional é a melhor via para exprimir a revolta nos guturais do baixista James.

Novidades: Sendo ainda muito recente o lançamento do excelente “Quebrante”, de 2018, o Facada prossegue cumprindo a rotina de shows pelo país. No entanto, dado a sua intensa produtividade, é certo que em breve deve surgir o vislumbre de novo material.

FINNTROLL – Folk Metal – Origem: Finlândia – Formado em 1997

Release: O tecladista Henri Sorvali, do Moonsorrow, formou esse segundo projeto em 1997, junto com outros músicos da região, ex-integrantes de bandas como Impaled Nazarene e Korpiklaani. Sorvali assumiu a personalidade de “Trollhorn” e prossegue até hoje com o Finntroll, apesar de sua participação ser um pouco peculiar: desde 2004, ele grava os álbuns, mas não se apresenta ao vivo com o grupo.
O Finntroll já lançou seis álbuns, além de 3 EPs e um Live. Embora sejam finlandeses, cantam em sueco, embora não haja motivo para estranhamento, pois essa língua também é considerada como idioma oficial naquele país.  Sua música é um instigante amálgama entre o Folk e o Black Metal, com elementos de Humppa, que é uma variação da Polka. Tudo isso é reforçado pelo aspecto teatral, pois os integrantes utilizam adereços faciais como chifres e orelhas pontudas, entregando um espetáculo performático imperdível.

Músicas de destaque:  São muitas, mas não é possível deixar de citar faixas como “Nedgång”, “Ursvamp”, “Häxbrygd”, “Jaktens Tid”, “Solsagan”, “Trollhammaren” e “Midnattens Widunder”

Opinião: Folk Metal, por si só, já é um estilo extremamente cativante! Aquele ritmo de festa no povoado misturado com guitarras, pedal duplo… e acordeão! O Black Metal presente nos vocais faz a diferença entre o Finntroll e bandas como o Korpiklaani, mas não são usados de forma que possa afastar aqueles menos afeitos aos aspectos mais extremos desse estilo. Ao final, a música produzida ainda combina bastante com as canecas erguidas, cheias de cerveja… ou vodka… ou vinho… ou…

Novidades: Já foi assoprado que o próximo álbum da banda deverá chegar em agosto de 2020, via Century Media, e seu lançamento deverá ser marcado por uma apresentação no Festival Summer Breeze, na Alemanha.

FU MANCHU – Stoner Rock – Origem: USA  – Formado em 1985

Release: Um dos principais representantes do Stoner Rock foi formado em 1985, sob o nome Virulence. Essa encarnação, mais voltada para o Hardcore, persistiu até 1990, quando houve a mudança para Fu Manchu, claramente inspirada no antológico personagem da literatura pulp.
Ao longo dos anos, muitos músicos passaram pela formação, sendo que o trio norte-americano Nebula foi integralmente formado por ex-membros do Fu Manchu. O único que permanece no posto desde o princípio é o vocalista e guitarrista Scott Hill, que tem liderado o grupo ao longo de uma carreira que já produziu doze álbuns de estúdio.

Músicas de destaque: A faixa “Mongoose”, do disco “Eatin’ Dust”, de 1999, é certamente um de seus principais clássicos. Se formos pinçar canções importantes apenas de seus discos mais recentes, é certo que “Gigantoid”, de 2014, oferece um leque bem diversificado, com a excelência de suas três músicas iniciais, “Dimension Shifter”, “Invaders On My Back” e “Anxiety Reducer”, além da psicodélica “The Last Question”.
Do mais recente disco, “Clone Of The Universe”, de 2018, é essencial citar “Il Mostro Atomico”, dezoito minutos de viagem com a participação especial da guitarra de Alex Lifeson, do Rush.

Opinião: Lisergia e saturação. Essa é a fórmula básica do Stoner e, no Fu Manchu, ela é transmitida de forma bem direta, sem tantas experimentações quanto as de um Queens Of The Stone Age, por exemplo. A música do quarteto tem aquela pegada de deserto, de calor, como a sensação de estar dentro de um cômodo, em um dia de sol escaldante, tendo apenas a companhia de um ventilador de baixa rotação.
Riffs pesados + baixo distorcido + bateria com groove setentista = Fu Manchu

Novidades: FU30 é o nome da turnê que irá comemorar o aniversário de 30 anos da banda. Lembrem que a mudança de nome aconteceu em 1990, portanto esse é o início da contagem.
As datas divulgadas, até agora, percorrem Estados Unidos e Europa durante os meses de abril a junho/2020. A banda também tem postado informações de que um novo álbum está sendo gravado e deverá estar disponível por ocasião dos shows dessa turnê. Em determinada postagem, insinuaram estar tocando “Speed King”, do Deep Purple, durante as sessões de estúdio, mas não afirmaram se o cover foi gravado ou não.

FATAL OPERA – Heavy Metal – Origem: USA  – Formado em 1991

Release: Alguns anos após deixar o Megadeth, o baterista Gar Samuelson deu início a esse novo projeto junto com seu irmão, o guitarrista Stew Samuelson. Em seu curto tempo de existência, o Fatal Opera registrou um par de álbuns, com dois anos de intervalo entre os mesmos, e poderia ter feito bem mais, mas, em 1999, Gar faleceu por problemas de fígado, aos 41 anos de idade, encerrando a trajetória de uma banda indubitavelmente diferenciada.

Músicas de destaque: Do primeiro e autointitulado disco, destacam-se as faixas “The Distant”, “Kill’Em” e o cover para “Moon Turns The Tides”, de Jimi Hendrix. Do sucessor, “Eleventh Hour”, “Three Steps” é a mais chamativa.

Opinião: Talvez, o primeiro atrativo seja para os fãs de Megadeth, mas, embora em muitos veículos o Fatal Opera seja classificado com Thrash, é certo que não existe uma conjunção linear tão intensa com esse estilo. Basta perceber que, no segundo disco, há uma primazia de elementos de Rock Alternativo noventista por cima do peso.
Quanto a performance de Gar, aí já é uma questão praticamente indiscutível. O baterista, possuidor de background jazzistico, apresenta-se completamente solto de amarras e fornece um verdadeiro espetáculo no instrumento. Certamente, existe mais técnica nas composições do Fatal Opera do que nas da banda de David Mustaine, e isso não é pouca coisa.

Novidades: Passados mais de 20 anos da morte de Gar, eis que surgem novidades sobre a sua banda. O ano de 2020 deve ser o condutor do lançamento de “Fatal Opera III”, disco com sobras de gravação que vem sendo trabalhadas há muito tempo e que ainda apresentará um atrativo muito especial: o baixista David Ellefson e o guitarrista Chris Poland participam da música “The Raven”, recriando 75% da parte instrumental do Megadeth, para alegria de fãs de ambas as bandas, e celebração da memória do antigo parceiro!