Nesta terça-feira, 14, exatamente uma semana depois da morte do gigante baterista Neil Peart, o sétimo álbum do RUSH, sexto com a participação dele, completou 40 anos. E uma pena ele não ter testemunhado em vida essa data importante para um dos álbuns mais icônicos do trio canadense.
O álbum já demonstra uma transição na sonoridade da banda, porém, as guitarras e o lado progressivo ainda falariam alto em determinados momentos.
O trio se reuniu no “Le Studio“, na província de Quebec, entre os meses de setembro e outubro de 1979, com produção da própria banda em parceria com Terry Brown. Vamos colocar a bolacha para rolar e destrinchar o que se passa nos breves 35 minutos de obra-prima:
A abertura não poderia ser melhor, um solinho de Alex Lifeson combinado com as viradas estupendas de Neil Peart anunciando a clássica “The Spirit of Rádio“. Uma música calma, porém divertida e já com um prenúncio dos sintetizadores que Geddy Lee passaria a utilizar na década de 1980. Perfeita. E obrigatória nos shows da banda.
“Freewill” dá sequência ao clássico play, em mais uma música que se tornou hino. Ela é densa e tem uma atmosfera única. Sem falar no espetáculo que a dupla Geddy Lee e Neil Peart dão na parte antes do solo, brilhantemente estrelado por Alex Lifeson. Por anos ela foi a minha preferida do grupo.
Chega o rock progressivo e denso com “Jacob’s Ladder” e impressiona o peso que Geddy Lee colocou nesta música, o baixo é o instrumento que conduz toda a canção. Muito boa. Não me canso de ouvir esse som.
Temos duas músicas com menores pitadas de Rock Progressivo, que são “Entre Nous” e “Different Strings“, que são, podemos dizer, mais acessíveis. A primeira é bem interessante, levada completamente no violão, enquanto que a segunda é bem melancólica.
Mas vale a pena escutar porque o final é épico com “Natural Science“. Com todo respeito que eu tenho pelas bandas gigantes de Rock Progressivo, mas se alguém me pedir para definir o estilo com uma música, a escolhida é “Natural Science“. Que sonzeira. Geddy Lee usando e abusando de escalas maravilhosas em seu baixo; Neil Peart quebrando tudo com suas viradas. E Alex Lifeson fazendo o seu melhor. Detalhe é que ao vivo ele melhorou o solo nesta música. É de longe uma das mais complexas e completas deste power trio que nos deixa com muitas saudades.
O álbum, embora curto, é certeiro e esse final é o que há para os apreciadores de uma música de excelente qualidade, coisa que poucas bandas na história conseguiram. E o feito do RUSH é potencializado pelo fato de serem não três caras, e sim três super heróis. Porque a sonzeira que eles faziam era uma coisa inalcançável para um ser humano comum.
Minha relação com este álbum é mais que especial, pois é o meu favorito do RUSH. Então nestas ocasiões, fica difícil separar o lado emotivo do analítico e talvez nem seja essa a intenção aqui, pois estamos reverenciando 40 anos de um disco que envelhece cada vez melhor. E como não há a possibilidade de testemunharmos uma reunião da banda, só nos resta escrever e enaltecer o legado deixado por estes monstros do Rock.
Permanent Waves – Rush
Data de lançamento: 14/01/1980
Gravadora: Anthem
Tracklisting:
01 – The Spirit of Radio
02 – Freewill
03 – Jacob’s Ladder
04 – Entre Nous
05 – Different Strings
06 – Natural Science
Lineup:
Geddy Lee – Vocal/ Baixo/ Teclado
Alex Lifeson – Guitarra
Neil Peart – Bateria