O que estava planejado para ser o primeiro álbum solo da carreia de Mr Blackie Lawless acabou por fim tornando-se o sexto disco oficial do W.a.s.p..
Eu particularmente tenho uma “teoria” de que o W.a.s.p. num todo é uma obra solo de Lawless, inclusive estou preparando uma matéria onde faço ligações entre letras e músicas do W.a.s.p dentro de sua discografia, inclusive, para ser mais preciso, bem antes do W.a.s.p quando Lawless fazia parte do Sister.
Em “Still Not Black Enough” temos um W.a.s.p mais negro. Apesar do título supor que ainda não é negro o suficiente, o álbum é sim o mais obscuros do W.a.s.p com músicas introspectivas e recheadas de um sentimento interno poético e triste. O disco apesar de não ser conceitual é baseado nos momentos mais densos de “The Crimson Idol” ( disco anterior do W.a.s.p.) e retrata conscientemente os demônios pessoais de Lawless, tanto que a primeira frase dita por Lawless no disco é: “Pinte uma sombra no meu coração em tons de ébano”.
O disco traz uma audição solida com teclados proeminentes que dá a impressão de grandeza, o material convence num geral e se impõem como um dos mais inspirados da banda. “Goodbye America” lembra um pouco a “Chainsaw Charlie” porém com mais obscuridade no clima, “Somebody to Love” é um cover do Jefferson Airplane , que para pessoas não familiarizadas com a canção original passa despercebido que ele é realmente um cover. “Scared to Death” tem um cântico incrível, com vocais harmoniosos e uma voz feminina bem colocada, fora os gritos tortuosos, estridentes e pesados expressados com precisão por Lawless.
O single principal do álbum foi a faixa “Black Forever”, musica que apesar de ter menos drive nos vocais traz uma interpretação incrível e contagiante, sem contar o trabalho da banda que salta aos ouvidos. Não posso deixar de citar “I Can´t” tema acústico muito introspectivo e climático, fora a interpretação cheia de sentimento de Lawless. Vale lembrar que essa faixa foi reutilizada em “Clockwork Mary” na segunda parte do disco conceitual The Neon God.
“Still Not Black Enough”, em minha opinião, é uma continuação mais densa de “The Crimson Idol” e junto com a obra máster de Black Lawless tem de ser apreciada e entendida, pois existe muito da vida pessoal do musico nestas obras em particular.
Faixa:
“Still Not Black Enough”
“Somebody to Love”
“Black Forever”
“Scared To Death”
“Goodbye America”
“Keep Holding On”
“Rock And Roll To Death”
“Breathe”
“I Can’t”
“No Way Out of Here”
Formação:
Blackie Lawless – vocais, guitarra base, violão, teclados, baixo, sitar
Bob Kulick – guitarra solo
Mark Joesphson – violino
Frankie Banali -bateria
Stet Howland – percussão
Tracey Whitney – vocal de apoio
K.C. Calloway – vocal de apoio