Venom é uma daquelas bandas de que quando eu tinha 12 anos dava até medo de pegar nos LP’s, e confesso, tenho os 3 primeiros em vinil até hoje. Esse que vou falar hoje é seu terceiro álbum de estúdio, que conta a história de uma guerra entre o Céu e o Inferno, na qual o Inferno vence, e adivinhem; pouco depois de chegar às lojas, o disco foi retirado das prateleiras devido ao seu conteúdo anticristão.
Logo na primeira faixa “At War with Satan” a banda já demonstra à que veio, uma faixa de quase 20 minutos ocupando todo o lado A do disco. A inspiração para escrever uma faixa preenchendo um lado inteiro do registro, de acordo com Cronos, baixista e vocalista do Venom, veio do disco do Rush, 2112.
“At War with Satan” é centrado em um personagem chamado Abaddon (que também é o pseudônimo de Tony Bray, baterista do Venom), que é o guardião dos portões do inferno, uma história sobre como o inferno se revolta e domina o céu lançando Deus ao inferno.
Depois desse lado A “trevoso” partimos para o lado B onde são apresentadas mais 6 passagens apocalípticas. “Rip Ride” já dispara logo de cara “Não há orações ou caprichos tolos, hoje à noite nós vamos lutar com glória em nossas veias e não podem nos parar agora, o nosso mal sempre vai reinar…” – baixo e bateria matadores.
“Genocide” é uma daquelas canções curtas e objetivas, que segue a temática do disco, deixando bem claro todo o poder desse álbum.
A essa altura já ficamos ainda mais curiosos em saber o que nos espera nesse play, e eis que surge “Cry Wolf”, afirmando “tudo está bem, minha mãe chora, me dá um beijo, mas à noite meu coração fica negro e sou chamado para ser selvagem”.
A agulha vai se aproximando do fim com “Stand Up (And Be Counted)” e “Women, Leather and Hell” duas faixas poderosas e que demonstram todo poder de fogo do Venom no ano de 1984.
Para fechar esse “Livro de Satã” temos “Aaaaaarrghh”; perturbadora e rápida, confusa e obscura, uma faixa digna para se fechar um disco como esse, que aliás, teve todas as músicas compostas por Cronos e Mantas.
A arte do disco parecia de couro, como uma capa de livro. Na verdade, a capa desse álbum era para ser uma pintura de HR Giger; Satan, de 1977. A banda preferiu essa arte de couro e mais tarde a de Giger se tornou a capa do segundo álbum de Celtic Frost, “To Mega Therion” de 1985.
Tracklist:
01. At War with Satan
02. Rip Ride
03. Genocide
04. Cry Wolf
05. Stand Up (and Be Counted)
06. Women, Leather and Hell
07. Aaaaaaarrghh
Formação:
Cronos – baixo e vocal
Mantas – guitarra
Abaddon – bateria