Em 2014 o Vader lançou o sucessor de “Wellcome to the Morbid Reich”, que é um dos meus favoritos na vasta discografia dos poloneses, que para mim figuram como uma das melhores bandas de Death Metal que já passaram por este plano terreno. Tive o prazer de vê-los ao vivo no Extreme Hate Festival em 2013, que também foi para mim a melhor apresentação do cast, que contava com nada menos que Suffocation, Marduk, Sinister e os brasileiros do Unearthly.
“Tib Et Ign” (“Para você e para o fogo”, traduzindo do latim) alcançou a 18ª posição na Billboard Topboard (Heatseekers), vendendo cerca de 1500 cópias em duas semanas. Além da Polônia, o lançamento também foi em países como França, Japão, Suíça e Alemanha.
“Tibi et Igni” foi disponibilizado pela gravadora Nuclear Blast em diversas versões além do CD tradicional, como um CD digipak com 2 faixas bônus, um LP colorido com um EP de 7 “de bônus (incluindo 2 faixas extras) e uma edição digipak limitada autografada pela banda. O álbum tem sua arte de capa assinada pelo artista Joe Petagno, conhecido por suas artes para bandas como Motörhead, Pink Floyd e Led Zeppelin e no Brasil podemos ver seu trabalho no álbum “To the Death”, da banda Nervochaos. Depois de tanto capricho, vamos ao conteúdo que pude ouvir gratuitamente no Spotify:
O álbum abre com uma intro sombria e crescente, porém não muito extensa, que prepara a atmosfera para “Go To Hell”, que sem surpresas despeja o Death Metal característico da banda vindo diretamente do inferno.
Para quem já é conhecedor da extensa discografia da banda (sendo este o décimo full álbum da carreira), o álbum se torna um pouco previsível de início, mantendo é claro, a cozinha cortante e rápida da banda.
Abaixe a guarda e prepare-se para ser pego de surpresa por “Triumph of Death”, que traz riffs em uma pegada Thrash/Heavy grudenta e empolgante, criando uma mescla interessante de cadência e momentos com blastbeats e bumbos velozes, e em vários momentos me remeteu aos alemães do Kreator, mas com os pés fincados no Death Metal graças às características vocais inconfundíveis do vocalista e guitarrista Peter Paweł Wiwczarek.
A seguinte, “Hexenkessel”, vem com presença forte de teclados em seu inicio, com um belíssimo trabalho de harmonia de bateria e guitarra que dão ares progressivos à música.
O álbum todo tem cerca de 40 minutos de audição. Você vai se deparar com faixas extremamente curtas com pouco mais de 2 minutos e fins abruptos, tendo como mais extensa a faixa “The Eye of the Abyss” (6:45 min.). Nesta música o Death Metal tradicional abre espaço para influências atuais e melódicas, presentes desde os riffs até a produção, que não economiza em efeitos especiais, coros e teclados, contribuindo para o clima épico. Aliás, me arrisco a dizer que para os fãs da cozinha mais tradicional, alguns elementos podem causar certa estranheza.
Fiquei curiosa ao ver que uma das faixas bônus vinha sob nome de “Necropolis”. O título logo me remeteu ao álbum de mesmo nome, lançado anteriormente em 2009, e me fez pensar se ali viria algo que me faria lembrar mais um dos meus álbuns favoritos do Vader.
Mas não foi dessa vez….
Cantada em polonês, mais uma vez com os pés no Metal tradicional mais arrastado, a letra propõe que brindemos antigas civilizações e são muitas as citadas: egípcios, celtas, astecas e até mesmo o povo israelita é citado. “Para a morte e para os mortos”.
Vader com certeza é uma banda que nunca pode ser subestimada. As surpresas podem surgir nos momentos mais inesperados, podendo agradar ou não o ouvinte. Mas sempre valerá a pena dispensar seu tempo para ouvir os mestres do Metal polonês!
Formação:
Peter – vocal, guitarra
Spider – guitarra
Hal – baixo
James Stewart – bateria
Faixas:
01. Go to Hell
02. Where Angels Weep
03. Armada on Fire
04. Triumph of Death
05. Hexenkessel
06. Abandon All Hope
07. Worms of Eden
08. The Eye of the Abyss
09. The Light Reaper
10. The End
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7/10