Longe de ser o melhor álbum do Uriah Heep e com uma lacuna muito grande do pior, Head First, lançado em 1983, apresenta a mesma proposta que vinha dando certo entre o fim dos anos 70 e começo dos anos 80.
No auge do AOR e Hard Rock, esse disco nasce com elementos dos dois estilos que caminham juntos em suas sonoridades e harmonias. Sintetizadores, teclados e aquela sensação nostálgica de estar assistindo algum filme do Van Damme, Stallone ou Schwarzenegger, fará qualquer um com mais de 30 e poucos anos sentir ao dar o play nesse registro.
Mantendo a mesma formação do disco anterior, Abominog, o novo Head First, é também o último que conta com o baixista Bob Daisley, que logo após gravar o disco, migrou para a banda de Ozzy Osbourne que estava em alta após sua saída do Black Sabbath.
Lançado pela gravadora britânica de Gerry Bron, Bronze Records, o disco foge bastante da sonoridade inicial do grupo, que ousava em mesclar Rock and Roll com Progressivo e adentra de cabeça em uma linha mais comercial. Como era exigido pelas rádios e programas de TV na época.
As duas primeiras faixas Head First, The Other Side of Midnight e Stay on Top, se encaixam perfeitamente uma a outra. Criando uma comunicação que parece única, mas em faixas distintas. Explorando sintetizadores e aquelas atmosferas de teclados típicos dos anos 80, as faixas é um prato cheio para apreciadores de AOR e de Journey.
Em Lonely Nights, o Uriah Heep apresenta uma balada melosa e com refrãos cansativos. Particularmente a faixa não deveria aparecer logo no início do álbum, mas a banda assim escolheu e quem sou eu para discordar.
Sweet Talk é marcada por uma força contagiante e um ritmo mais pesado. As linhas de baixo se destacam por dar todo o tom e andamento da faixa que também possuí uma atraente construção rítmica de teclados.
A faixa cinco, Love is Blind, carrega enorme apelo aos vocais com coros, concedendo a música, um dos refrãos mais marcantes do disco, tudo isso aliado a uma harmonia Hard Rock bem setentista.
Roll-Overture é uma introdução para Red Lights, faixa essa que é uma das mais Rock and Roll do disco e remete diretamente ao estilo que consagrou a banda nos anos 70. Uma das melhores do disco sem sombras de dúvidas.
Com uma introdução que parece nunca acabar, Rollin’ The Rock, cansa com seu início entediante e profundamente chato, que perdura por mais de 2 minutos. Porém, logo após essa longa intro, a faixa apresenta bons momentos entre riffs precisos de Hard Rock, mesclado as bases do início da faixa. Com algumas audições a música fica interessante.
Straight Throught The Heart começa com a mesma base do final da faixa anterior, inclusive a suas estrofes são muito semelhantes a Rolling’ The Rock. Penso eu que as duas músicas deveriam ser só uma e por questões de época, onde bandas de Hard e AOR não faziam músicas muito longas, elas foram devidamente separadas em partes para se tornarem uma só. Aqui você irá encontrar os momentos mais progressivos do Uriah Heep.
Para fechar, Weekend Warriors, uma excelente obra com cavalgadas espetaculares de baixo e bateria, remetendo levemente e bem moderadamente, a algumas composições do Iron Maiden.
O disco Head First é uma excelente obra do Uriah Heep, muito longe de ser um dos melhores, mas pode sim ser considerado um disco elementar na carreira dessa icônica banda de Hard Rock britânica.
Tracklist:
01 – The Other Side of Midnight
02 – Stay on Top
03 – Lonely Nights
04 – Sweet Talk
05 – Love is Blind
06 – Roll – Overture
07 – Red Lights
08 – Rollin’ the Rock
09 – Straight Through the Heart
10 – Weekend Warriors
Formação que gravou o disco:
Peter Goalby – Vocais
Mick Box – Guitarras
John Sinclair – Teclados/Sintetizadores
Bob Daisley – Baixo
Lee Kerslake – Bateria
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7/10