Lançado em setembro de 1995, “Dogs of War” marcou um período de mudanças no Saxon, tanto na sonoridade quanto na formação. A banda passava a flertar mais intensamente com o Hard Rock e tinha no álbum a última aparição de Graham Oliver como membro da formação clássica, já que o guitarrista foi expulso do Saxon por ter liderado a venda de um álbum ao vivo de 1980 sem a permissão dos demais integrantes, tendo obtido todo o lucro da venda do bootleg. Inclusive “Dogs of War” foi relançado em 2009 com faixas bônus vindas deste show.
Falando sobre o álbum, comecemos pela faixa de abertura, que também o intitula. “Dogs of War” é bem cadenciada, com muito peso das guitarras e uma mescla de Heavy Metal com Hard Rock em alguns momentos. A faixa chegou até a receber um videoclipe na época (confira abaixo). A seguinte, “Burning Wheels”, evidencia ainda mais o Hard N’ Heavy, com um refrão mais interessante e alguns bons toques do baixo de Nibbs Carter e a voz marcante de Biff Byford. As guitarras de Paul Quinn e Graham Oliver ganham a companhia do baixo no solo, dando a ele uma maior consistência.
“Don’t Worry” dá mais destaque à boa voz de Biff Byford. A música destoa do Heavy Metal clássico do Saxon, até por se tratar mais uma vez do uso do Hard Rock na sonoridade. A faixa, porém, tem um bom solo de guitarra. Em seguida, “Big Twin Rolling (Coming Home)” ressalta ainda mais a influência do estilo, como acabou sendo em boa parte do álbum. A pegada da música com a voz de Biff Byford juntas chega a lembrar um pouco o AC/DC. Assim como a faixa-título, a próxima, “Hold On”, é mais cadenciada, começando com um bom solo de guitarra e tendo um refrão que, de uma forma ou de outra, acaba grudando na mente.
Em “The Great White Buffalo” o Heavy Metal tradicional está de volta. A dupla de guitarras faz uma boa base e o baterista Nigel Glockler ganha mais destaque que em outras faixas. O solo de guitarra é excelente, digo até que é o melhor do álbum. A próxima é “Demolition Alley”, mais uma em que a bateria recebe mais atenção. A faixa mantém a pegada Heavy Metal da anterior, tendo como único ponto fraco a ponte para o refrão.
Assim como em “Don’t Worry”, o Saxon volta a utilizar o Hard Rock em “Walking Through Tokyo”. A faixa é extremamente cadenciada, sendo o ponto mais fora da curva do trabalho inteiro. Seguindo com o disco, temos “Give It All Away”, que mantém o Hard Rock, mas com um pouco mais de peso vindo da dupla de guitarras, com direito a um curto e belo solo no final. A última faixa, “Yesterday’s Gone”, é uma das mais pesadas do álbum e traz um Biff Byford um pouco mais diversificado em termos de performances vocais, além das já citadas guitarras, que trazem um peso avassalador para uma das melhores músicas do disco.
No fim das contas, “Dogs of War” pode ser definido como um álbum ousado, às vezes até demais. Há uma evidente alternância de Hard Rock, com o Heavy Metal, chegando até a descaracterizar um pouco o som do Saxon em alguns momentos. O álbum vale mais pelos desempenhos individuais, principalmente dos guitarristas Paul Quinn e Graham Oliver, além, claro, pela voz de Biff Byford, que acabam fazendo de “Dogs of War” um trabalho diferente do usual, porém com alguma dose da essência que norteia a discografia do Saxon.
Formação:
Biff Byford (vocal);
Paul Quinn (guitarra);
Graham Oliver (guitarra);
Nibbs Carter (baixo);
Nigel Glockler (bateria).
Participação:
Rainer Hänsel (guitarra adicional).
Faixas:
01 – Dogs of War
02 – Burning Wheels
03 – Don’t Worry
04 – Big Twin Rolling (Coming Home)
05 – Hold On
06 – The Great White Buffalo
07 – Demolition Alley
08 – Walking Through Tokyo
09 – Give It All Away
10 – Yesterday’s Gone
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7/10