Começo essa resenha dizendo que o Rush é a melhor banda da história e tudo que já foi lançado por eles é material de primeira qualidade.
Cinco anos após o lançamento de “Test For Echo” (1996), hiato esse que se deu devido a problemas particulares de Neil Peart, o Rush entrava no Reaction Studios, em Toronto, Canadá, para gravar seu décimo sétimo álbum.
Lançado em 14 de maio de 2002, “Vapor Trails” foi precedido pelo primeiro single, “One Little Victory”, lançado online e que causou comoção de fãs sedentos de novidades da banda. “One Little Victory” é uma faixa com riffs agressivos, e a voz de Geddy Lee atingindo notas altas com extrema habilidade.
“Vapor Trails” traz mudanças pela primeira vez desde os álbuns iniciais. Não haveria a utilização de quaisquer teclados nas gravações. Adicionalmente, as guitarras são predominantemente harmônicas ao invés de melódicas, poucos solos e muitos efeitos crus. O som se apoia fortemente em texturas com distorções tradicionais e gravações de voz – todas, inclusive o baixo, em várias pistas simultâneas, o que proporciona um tom mais obscuro como resultado final.
Em compensação, sem o uso proposital dos teclados tão abundantes em outros álbuns do Rush, Lifeson pode explorar mais a fundo os sons de sua guitarra, que ao longo das 13 faixas do disco apresentam uma variedade de texturas que com certeza vão agradar os amantes do instrumento.
Geddy Lee dá o show de sempre; é só ouvir “Freeze”, “Out of The Cradle”, “Sweet Miracle” ou “Peaceable Kingdon”, em que o baixo faz o papel da guitarra base. E como vocalista, Lee não perdeu o pique e mostra que a maturidade lhe permitiu o pleno domínio de sua voz tão característica.
Quanto ao modo de composição, não houve mudanças, ou seja, Lee e Lifeson cuidam dos arranjos das canções e Neil Peart é o responsável pelas letras. Os assuntos abordados, como seria esperado, trata do lado pessoal de Peart, e com as baquetas na mão e os pés nos bumbos, Neil Peart, o melhor baterista da história do Rock, emociona.
Quase 70 minutos depois e o Rush entrega mais uma obra-prima. Fãs como eu ou apenas apreciador de boa música, todos merecem ouvir esse álbum.
Para os brasileiros, o disco marcou porque foi na turnê dele que o Rush veio ao Brasil pela primeira vez, em 2002, para shows em São Paulo e no Rio. A apresentação do Maracanã virou o espetacular DVD “Rush In Rio”.
Outro destaque é que em outubro de 2013 a banda relançou o álbum com o título de “Vapor Trails Remixed”, agora com o produtor canadense David Bottrill. A versão original foi auto-produzida ao lado de Paul Northfield.
Formação:
Geddy Lee (vocal e baixo);
Alex Lifeson (guitarra);
Neil Peart (bateria).
Faixas:
01 – One Little Victory
02 – Peaceable Kingdom
03 – Ghost Rider
04 – Ceiling Unlimited
05 – The Stars Look Down
06 – How It Is
07 – Vapor Trail
08 – Out of The Cradle
09 – Earthshine
10 – Sweet Miracle
11 – Nocturne
12 – Freeze (Part IV of “Fear”)
13 – Secret Touch
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10/10