Na música, deparamos-nos com obras que muitas vezes acabam não recebendo a devida apreciação, mesmo possuindo uma notável qualidade. Um forte exemplo disso é “Test For Echo”, o décimo álbum de estúdio do Rush, lançado em 6 de setembro de 1996, através da Anthem Records. O grupo havia decidido retomar uma sonoridade mais crua e direta ao ponto no registro anterior, “Counterparts” (1993), e, nesse trabalho, incluíram elementos de Jazz e Swing e até mesmo alguns traços de Grunge e sonoridades noventistas, bem como solos curtos e incomuns de guitarra. Nesse mês, essa obra completou o seu 20º aniversário. A seguir, vamos nos aventurar pelo conteúdo musical presente nesse disco tão interessante.
A faixa de abertura, “Test For Echo”, inicia lentamente e logo de cara apresenta harmonias muito cativantes e convidativas, tanto vocais como instrumentais. Uma ótima forma de iniciar o álbum! Por sua vez, a canção seguinte é “Driven”. Essa canção é ainda melhor, apresentando passagens vocais muito agradáveis e de fácil assimilação, em especial o seu refrão. Outro destaque é o baixo inquietante do frontman Geddy Lee. Um tremendo som!
Na sequência, temos “Half the World”, uma composição igualmente sublime e que agradará em cheios aqueles que possuem um gosto refinado. Seus arranjos são serenos e repletos de feeling em cada nota, proporcionando uma viagem musical completamente prazerosa. É importante mencionar que um videoclipe promocional foi produzido para ela. “The Color of Right” não é exceção à regra quando o assunto é qualidade. O power trio não faz feio e concebe uma canção à altura das anteriores.
Riffs moderadamente pesados iniciam “Time and Motion”, a quinta faixa do álbum, que se destaca com sua inserção de teclados climáticos e claro, brilhantes variações de andamento. Elogiar músicos do calibre de Geddy Lee, Alex Lifeson e Neil Peart é chover no molhado, porém ao mesmo tempo é necessário. O entrosamento e a execução incisiva do trio é algo inexplicável! A mandola de Alex Lifeson dá o tom inicial de “Totem”, uma composição que possui uma atmosfera bastante apreciável e interessante, assim como a faixa seguinte, “Dog Years”.
Trazendo um pouco mais de peso, temos “Virtuality”. Suas variações rítmicas são muito bem elaboradas e suas harmonias são realmente fantásticas. O refrão é a cereja do bolo, grudento e muito eficiente. “Resist” é uma balada que certamente agradará aos ouvidos mais requintados com acordes minuciosos e pacíficos, recheados de melodias tocantes. As pulsantes cordas do baixo de Geddy introduzem “Limbo”, uma faixa quase que instrumental e um verdadeiro deleite para os ouvidos. Suas alterações de compasso e seu clima viajante são fabulosos. Uma grande canção! A última faixa é “Carve Away The Stone”, que encerra o álbum de maneira majestosa.
Ainda que não seja um álbum que figura entre os clássicos da banda, “Test For Echo” é uma obra bem conduzida e cumpre muito bem a sua proposta. Tendo isso em mente, faz total sentido o disco ter alcançado o 5º lugar no Top 200 da Billboard e 25º posto no Reino Unido, além de ter sido disco de ouro tanto no Canadá, a terra da banda, como em outros países. Um disco que merece ser ouvido diversas vezes.
Formação:
Geddy Lee (vocal/baixo/teclado);
Alex Lifeson (guitarra/mandola);
Neil Peart (bateria, címbalo, hammer dulcimer).
Faixas:
01 – Test For Echo
02 – Driven
03 – Half The World
04 – The Color of Right
05 – Time and Motion
06 – Totem
07 – Dog Years
08 – Virtuality
09 – Resist
10 – Limbo
11 – Carve Away The Stone
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8/10