Existem bandas que, mesmo que você não conheça o seu trabalho, despertam curiosidade para ouvir a discografia e isso com toda certeza se aplica ao Rush. Ouvindo “Roll The Bones”, já dá para encontrar uma explicação para que a banda canadense tenha tanto respaldo dentro do universo do Rock.
A percepção da qualidade instrumental do Rush já começa na abertura com “Dreamline”, que abre o álbum com uma boa linha de baixo comandada pelo também vocalista Geddy Lee. A música tem uma pegada bem interessante e o uso dos backing vocals a leva a um outro patamar. A viajante “Bravado” vem na sequência com Geddy Lee aliando as marcantes linhas de baixo à sua boa voz e Neil Peart destruindo tudo na bateria. Assim como a faixa anterior, esta tem uma pegada bem característica dos anos 1990.
Pegada esta que passa para a faixa-título. “Roll The Bones” tem um refrão cativante e que é muito bem ressaltado pelos backing vocals. À medida em que se ouve o álbum, o baixo vai se destacando. Em “Roll The Bones” temos ainda um belo solo de guitarra de Alex Lifeson e mais uma vez Neil Peart se mostra arrasador na parte final.
“Face Up” mantém a média do álbum, pecando apenas pelo fraco refrão. Novamente o baixo toma conta da música junto com a bateria. Na instrumental “Where’s My Thing? (Part IV, “Gangster of Boats” Trilogia)” o Rush faz um maior uso de sintetizadores. Esta é outra faixa viajante, assim como “Bravado”, mas cada uma à sua maneira. Todos os membros da banda mostram sua excelência, principalmente Geddy Lee, que o faz com baixo e sintetizadores, tornando a música um dos melhores momentos do álbum.
“The Big Wheel” vem na sequência introduzindo o uso de teclados. A música começa arrastada mas vai crescendo com o tempo. Geddy Lee segue como o maior destaque individual do álbum, principalmente pelo baixo. Neil Peart também tem um dos melhores desempenhos de “Roll The Bones” nesta faixa. Um bom solo de guitarra conclui “The Big Wheel” de forma perfeita.
Em seguida temos a lenta “Heresy”, que mesmo nessa condição não deixa o nível do álbum cair, exceto pelo refrão. A faixa apresenta grandes performances de Neil Peart na bateria e mais um bom uso de backing vocals ao longo da execução. Já “Ghost of A Chance” é cheia de mudanças de andamento, começando mais cadenciada até culminar em um empolgante refrão. Os solos de guitarra de Alex Lifeson também merecem destaque.
A penúltima faixa, “Neurotica”, é um pouco abaixo da média do álbum, mas com outro belo solo de guitarra próximo da parte final. O Rush encerra o trabalho com a razoável “You Bet Your Life”, que tem como pontos mais fortes o baixo e a voz de Geddy Lee. “Roll The Bones” pode não estar entre os melhores álbuns do Rush, mas mostra que o grupo canadense ainda tinha muita lenha para queimar.
Formação:
Geddy Lee (vocal, baixo e sintetizadores);
Alex Lifeson (guitarra, violão e backing vocal);
Neil Peart (bateria);
Rupert Hine (teclados e backing vocal).
Faixas:
01 – Dreamline
02 – Bravado
03 – Roll The Bones
04 – Face Up
05 – Where’s My Thing? (Part IV, “Gangster of Boats” Trilogia)
06 – The Big Wheel
07 – Heresy
08 – Ghost of A Chance
09 – Neurotica
10 – You Bet Your Life
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8/10