O Running Wild é uma banda que, desde a criação, passou por diversas mudanças na formação, e em “Victory” não foi diferente. O álbum marca a entrada do talentoso – e falecido – baterista Angelo Sasso e a despedida do baixista Thomas “Bodo” Smuszynski e do excelente guitarrista Thilo Hermann. Além disso, o décimo primeiro trabalho de estúdio dos alemães é o único que não conta com a temática pirata nas composições.
A audição do disco começa com a empolgante “Fall of Dorkas”, que tem um refrão marcante e uma bateria cheia de viradas, cortesia de Angelo Sasso. A faixa é bem diferente do que o Running Wild apresentou em seu auge, por exemplo, mas mostra que isso não é um empecilho para a criatividade do vocalista e guitarrista Rolf Kasparek em termos de composições.
Em seguida, temos a cadenciada “When Time Runs Out”, que traz alguns bons solos de Thilo Hermann e o já citado Angelo Sasso brilhando novamente na bateria. Já a veloz “Timeriders” mostra de certa maneira uma volta às raízes do Running Wild de uma forma mais revigorada. Os backing vocals no refrão são a cereja do bolo desta grande faixa.
A quarta música, “Into The Fire”, mantém a linha do álbum com a dupla de guitarras sendo o grande destaque. A próxima é um inusitado cover dos Beatles. O Running Wild conseguiu fazer “Revolution” soar à sua própria maneira, o que acaba evidenciado principalmente pelos vocais característicos de Rolf Kasparek e o peso das guitarras do próprio frontman com o de Thilo Hermann.
Na sequência a bela instrumental “The Final Waltz” quebra o ritmo do álbum com boas melodias de guitarra. Já a pesada “Tsar” traz mais uma performance avassaladora de Angelo Sasso na bateria. Assim como na grande maioria das faixas de “The Victory”, o Running Wild mostra muita sinergia e o grande Rock ‘n’ Rolf segue cantando de forma primorosa.
Assim como “Timeriders”, “The Hussar” também lembra a fase áurea do Running Wild, mas sem destoar do conjunto da obra. Mais uma vez o guitarrista Thilo Hermann e o baterista Angelo Sasso dão um show à parte.
A próxima é a cadenciada “The Guardian”. A faixa tem um clima um pouco diferente da média do álbum, se tornando até mais maçante em alguns momentos, mas não dá para deixar de falar de outro grande solo de guitarra. A boa “Return of The Gods” levanta o álbum com as duas guitarras funcionando de forma extremamente competente e uma bateria bastante precisa. A faixa está entre as melhores de “Victory” com toda certeza.
Em “Silent Killer” as guitarras novamente roubam a cena. De fato, Rolf Kasparek e Thilo Hermann formam uma dupla incrível e não resta mais nada a dizer do já supracitado Angelo Sasso na bateria. Falar dele a esta altura é chover no molhado.
A faixa-título é também a que encerra o álbum. “Victory” sintetiza toda a sonoridade que o Running Wild pavimentou ao longo das outras onze faixas. Além disso, a música tem o refrão mais cativante do disco. De forma geral, “Victory” (o álbum) manteve a qualidade sonora dos alemães próximo da média. Claro que não é no mesmo nível que um “Masquerade” ou algum trabalho da década de 1980, mesmo assim o Running Wild nos presenteou com mais um bom álbum, como de costume.
Formação:
Rock ‘n’ Rolf (vocal, guitarra);
Thilo Hermann (guitarra);
Thomas “Bodo” Smuszynski (baixo);
Angelo Sasso (R.I.P. 2007) (bateria).
Faixas:
01 – Fall of Dorkas
02 – When Time Runs Out
03 – Timeriders
04 – Into the Fire
05 – Revolution (The Beatles cover)
06 – The Final Waltz (instrumental)
07 – Tsar
08 – The Hussar
09 – The Guardian
10 – Return of the Gods
11 – Silent Killer
12 – Victory
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8/10