A Alemanha foi um dos primeiros berços a se manifestar com o peso extremo do Metal. Não é à toa que o Thrash Metal germânico sempre fez frente ao Thrash Metal estadunidense, dividindo preferências pelo mundo. Mas enquanto nomes como Tankard engatinhava com sua demo “Heavy Metal Vanguard”, Sodom e Destruction lançavam seus respectivos EPs “In The Sign of Evil” e “Sentence of Death” e o Kreator ensaiava o seu “Endless Pain”, o Running Wild fechava com a Noise Records o lançamento de seu primeiro full-length, “Gates To Purgatory”.

Quando “Rock’n’Rolf” Kasparek (vocal, guitarra), Gerald “Preacher” Warnecke (guitarra), Stephan Boriss (baixo) e Wolfgang “Hasche” Hagemann (bateria) soltaram esta que é uma das pérolas do Speed Metal, a temática passava longe da pirataria que veio consagrar a banda a partir de “Under Jolly Roger” (1987). Músicas como “Black Demon” e “Diabolic Force” representavam bem o contexto lírico do quarteto.

Apesar do satanismo empregado pelo grupo, “Gates To Purgatory” vendeu, só no primeiro mês, vinte mil cópias, mas as canções “Satan” e “Walpurgis Nights” foram censuradas no lançamento original, justamente pela polêmica das letras. Porém, as duas músicas vieram à tona no lado B do single “Victim of States Power” e nas versões em CD do álbum.

O Running Wild conseguiu juntar uma base de fãs radicais durante esse período e boa parte dela foi embora com a mudança de direcionamento. Hoje, músicas como” Prisoner of Our Time” e “Genghis Khan” dividem status de clássicas entre a legião de seguidores que não liga para ideologias “macabras”.

Produzido pelo histórico Horst Müller (Hellhammer, Celtic Frost, Destruction, Kreator, Sodom e outros), o álbum teve diversos lançamentos bootlegs pelo mundo. Em 1983, “Adrian (S.O.S.)”, que também é uma das mais legais do disco, foi lançada na coletânea “Rock From Hell – German Metal Attack”, produzida pelo mesmo “mago”.

A banda excursionou pela Alemanha entre outubro e novembro de 1984. O sucesso do álbum rendeu-lhes um convite para tocar no Metalhammer Fest que rolou no dia 14 de setembro de 1985 em Loreley (ALE), ao lado de Warlock, Metallica, Venom, Nazareth e Tyran. A dupla Rolf e Preacher, que era a principal compositora, ainda durou até o segundo álbum, mas depois se separou. O Running Wild hoje é uma das bandas mais influentes do Heavy Metal alemão graças à enorme criatividade começada por esses dois.

running-wild

Formação:
Rolf Kasparek (vocal e guitarra);
Gerald “Preacher” Warnecke (guitarra);
Stephan Boriss (baixo);
Wolfgang “Hasche” Hagemann (bateria).

Faixas:
01 – Victim of States Power
02 – Black Demon
03 – Preacher
04 – Soldiers of Hell
05 – Diabolic Force
06 – Adrian S.O.S.
07 – Genghis Khan
08 – Prisoner of Our Time
09 – Walpurgis Night (Bonus Track)
10 – Satan (Bonus Track)

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