Mais pesado, mais intenso, mais visceral. Uma verdadeira tempestade devastadora e calcada no Metal Extremo. A evolução técnica e sonora do Krisiun ficou ainda mais evidente em 2008, quando a banda lançou “Southern Storm”. Isso sem falar na popularidade – que já era imensa -, que o trio gaúcho angariou naquele período.
Sem mudanças no processo de trabalho, o Krisiun retornou ao Stage One Studios, em Borgentreich, Alemanha, novamente sob a produção de Andy Classen, o mesmo dos dois discos anteriores. E o resultado final foi ainda mais surpreendente que o obtido em “Assassination” (2006).
Que os caras sempre foram brutais e insanos, isso todo mundo sempre soube, mas “Southern Storm” trouxe esses elementos envoltos a uma produção refinada, encorpada e realizada com um esmero invejável. Os timbres, tanto de guitarra como de baixo e bateria, são matadores e, ao mesmo tempo, nítidos, mesmo soando mais graves, o que rendeu ainda mais peso ao som. Você consegue escutar e apreciar simplesmente tudo.
Creio que nesse álbum o Krisiun dosou de maneira equilibrada toda sua técnica, velocidade e o peso sempre inerente em seus trabalhos. Basta ouvir verdadeiras pérolas do Death Metal, como “Sentenced Morning”, “Minotaur”, a clássica “Combustion Inferno” e “Contradictions of Decay”, só para citar algumas.
E por falar em “Contradictions of Decay”, o riff de guitarra, executado pelo sempre excelente Moyses Kolesne, é um dos grandes destaques do disco. Moyses ainda mostrou todo o seu domínio no violão, na penúltima faixa do disco, “Black Wind”, uma pequena – mas belíssima – amostra da técnica do músico no instrumento. O baterista Max Kolesne, em uma entrevista realizada à época, disse que “Black Wind” soa “como um vento macabro anunciando a tempestade”.
A tempestade, segundo ele, seria o encerramento do álbum, com “Whore of the Unlight”, uma pedrada, que começa mais densa e vai ganhando uma velocidade monstruosa. Um encerramento propício para um trabalho que se tornou um dos grandes na história da banda. vale ainda destacar a versão de “Refuse/Resist”, clássico absoluto do Sepultura, que aqui não sofreu alterações em seu andamento, mas ganhou muito em agressividade, principalmente pelos vocais matadores de Alex Camargo. A bela arte de capa do disco foi criada pelo hoje renomado – não tanto àquela época -, Gustavo Sazes.
“Southern Storm” rendeu uma extensa turnê ao Krisiun, tanto pela Europa quanto por Canadá e Estados Unidos, além do Brasil, claro. A banda excursionou, por exemplo, ao lado de nomes como Nile, Grave e Destruction, se firmando ainda mais como um dos grandes nomes do Death Metal mundial e orgulho brasileiro.
Formação:
Alex Camargo (vocal/baixo);
Moyses Kolesne (guitarra);
Max Kolesne (bateria).
Faixas:
01 – Slaying Steel
02 – Sentenced Morning
03 – Twisting Sights
04 – Minotaur
05 – Combustion Inferno
06 – Massacre Under the Sun
07 – Bleeding Offers
08 – Refuse/Resist (Sepultura)
09 – Origin of Terror
10 – Contradictions of Decay
11 – Sons of Pest
12 – Black Wind
13 – Whore of The Unlight
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9/10