Que o Kiss é um dos principais nomes do Hard Rock mundial não é novidade para seu ninguém, ao longo dos anos, eles se consolidaram no mercado fonográfico não apenas como banda, mas também como uma empresa, tendo expandido a marca “Kiss” para algo além da música, e por isso, vez ou outra ousavam em alguns dos seus trabalhos seguindo a “moda” da época.
E foi exatamente isso que aconteceu no disco ‘Carnival Of Souls’, lançado em 1997, onde o grupo resolveu aproveitar a onda do movimento Grunge e fez um trabalho voltado para o estilo.
Mesmo passando longe de ser um dos trabalhos mais aclamados da banda, o disco acabou sendo um marco por ser o último em que o Kiss se apresentou de cara limpa, o último antes da reunião da formação original, o primeiro com uma música onde o guitarrista Bruce Kulick assumiu os vocais (em “I Walk Alone”) e um dos únicos álbuns que não teve uma turnê (junto com o ‘Music From “The Elder”‘).
Admito que antes de ser designado para resenhar esse disco neste quadro Roadie Metal Cronologia, nunca tinha parado para ouvi-lo, então, essa seria uma grande novidade para mim. Sem nem ter parado para ler a história do mesmo antes, na primeira ouvida percebi que nesse disco a banda tinha saído do seu som tradicional para algo mais pesado e “sujo”, características claras do grunge.
E para soar dessa forma, fica claro que a principal referência deles foi o Alice In Chains – mais do que qualquer outra banda do estilo, onde há uma característica de distorções mais fortes e arrastadas – e a faixa “Rain” é onde isso fica mais evidente.
Por ser um fã da sonoridade do movimento grunge, mesmo com essa mudança drástica eu acabei gostando do disco, mas mesmo assim, entendo porque o ‘Carnival Of Souls’ é um álbum que os fãs do Kiss costumam olhar feio, pois vai completamente contra a imagem que os mesmos passaram em toda a carreira.
Mesmo nas situações anteriores em que a banda deu uma inovada no som, ainda assim a pegada hard rock deles ficava evidente, o que não foi o caso no ‘Carnival Of Souls’, eu mesmo não consigo imaginar nenhuma música desse álbum sendo tocada ao vivo por eles com toda aquela vibe que um show deles proporciona (mas admito não saber se já ocorreu das mesmas serem executadas em shows).
De qualquer forma, mesmo com todos esses detalhes, não considero o ‘Carnival of Souls’ um disco ruim, mas com certeza o mesmo chocou seus fãs na época em que foi lançado.
TRACKLIST:
01. Hate
02. Rain
03. Master & Slave
04. Childhood’s End
05. I Will Be There
06. Jungle
07. In My Head
08. It Never Goes Away
09. Seduction of the Innocent
10. I Confess
11. In The Mirror
12. I Walk Alone
FORMAÇÃO:
Paul Stanley (vocal, guitarra);
Gene Simmons (baixo, vocal);
Bruce Kulick (guitarra, vocal);
Eric Singer (bateria)