Judas Priest, ícones do Heavy Metal, uma banda que influencia várias pessoas até hoje no mundo todo. Devo dizer que eu não sou totalmente apreciador do trabalho da banda. Respeito demais e gosto de alguns álbuns específicos, como “Stained Class”, “Defenders of The Faith”, “Screaming For Vengeance” e “Painkiller”, porém os outros trabalhos não me agradam tanto. Apesar disso, conheço bastante da história da banda.
Conheci a ouvir Judas pelo álbum “Sin After Sin”, pois estava em uma coleção de CDs que eu havia emprestado de um amigo. A partir daí fui ouvindo os trabalhos da banda, mas não me tornei fã, apenas um ouvinte descompromissado.
Hoje falarei do álbum “Stained Class” (1978), que foi um dos últimos álbuns que eu ouvi do Judas na época e um dos que mais gostei.
Eu gostei do disco, justamente por ser o momento em que a sonoridade da banda foi se definindo. O que era bem puxado para o Hard Rock estava se transformando no Heavy Metal que conhecemos hoje. Ainda não tínhamos a produção, nem a velocidade e peso que viriam nos lançamentos posteriores, mas aqui tinha algo diferente, algo ousado, diferente do que era feito pela maioria das bandas.
K.K. Downing e Glenn Tipton estavam muito entrosados nas guitarras. Aqui já haviam riffs mais rápidos e solos espetaculares. O estreante baterista Les Binks se saiu muito bem, parecia estar na banda a bastante tempo, junto ao baixista Ian Hill, criava uma cozinha boa demais.
Vamos às músicas: “Exciter” é a que dá início ao álbum, e também ao estilo adotado nos anos seguintes, é rápida e certeira, com um refrão espetacular que mostra porque Rob Halford é um dos melhores vocalistas de todos os tempos.
https://www.youtube.com/watch?v=5nD8qx10Bls
“White Heat, Red Hot” é uma composição creditada exclusivamente a Glenn Tipton, é mais tranquila em relação a primeira, com uma bateria ótima. Um dos destaques do Play.
A terceira faixa se chama “Better By You, Better Than Me”, um cover da banda Spooky Tooth. Talvez seja a faixa que mais deu dor de cabeça para a banda, pois foi envolvida em dois suicídios nos EUA. A banda teve que responder nos tribunais pois foi processada pela família dos envolvidos, que alegava que a música incentivou a prática do suicídio. Porém nada foi provado contra o Judas Priest.
Aqui deixo um icônico vídeo em que Rob Halford canta parte da música durante julgamento da banda.
A faixa-título “Stained Class” é uma de minhas favoritas, com um refrão bem “padrão Judas” mesmo. Claramente foi influência de bandas de Heavy Metal dos anos oitenta.
O disco segue com faixas bem legais, mas que não são tão impactantes, como “Invaders”, a não ser pelo seu refrão que acho legal demais, “Saints In Hell” e “Savage”, mas tenho que destacar o grande trabalho vocal de Rob Halford, que nos dá uma aula de qualidade.
“Beyond The Realms of Death” claramente é a balada do álbum. Tem uma qualidade incrível, e acabou se tornando presença frequente nos shows da banda. Também é a mais longa do álbum, beirando os 7 minutos de duração. Essa sim é a minha favorita não só deste álbum, mas da banda em geral.
Pra fechar temos “Heroes End”, que é uma homenagem a grandes artistas que perderam a vida de forma estúpida e que se transformaram instantaneamente em lendas após suas mortes.
“Stained Class” pra mim é o segundo melhor trabalho do Judas Priest, só perdendo para “Screaming For Vengeance”. É o que definiu o caminho de sucesso seguido nos álbuns sucessores, que mostrou a força da banda, o início do reinado, com uma música bem pesada e competente.
Formação:
Rob Halford (vocal);
K.K. Downing (guitarra);
Glenn Tipton (guitarra);
Ian Hill (baixo);
Les Binks (bateria).
Faixas:
01 – Exciter
02 – White Heat, Red Hot
03 – Better By You, Better Than Me
04 – Stained Class
05 – Invader
06 – Saints In Hell
07 – Savage
08 – Beyond The Realms of Death
09 – Heroes End
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9/10
1 comment
Cara é difícil conseguir digerir essa combinação: “gosto de metal” + “Judas Priest não me agrada”. Para alguns seria uma heresia metálica… Mas enfim é a sua opinião… É a primeira vez que escuto (leio) isso na vida…. na boa…. abraxxx
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