No fim dos anos 90, já parecia evidente que, mesmo com as alterações que ocorreram na formação em 1994, o Helloween vinha numa crescente de popularidade. E quando uma banda ganha definitivamente tal relevância, o que geralmente acontece? Um contrato com algum selo poderoso. Foi o que aconteceu – a assinatura de um contrato com a Nuclear Blast Records.
Com a nova gravadora para catapultar ainda mais o nome do conjunto, vem, em 2000, o décimo álbum de estúdio: o fantástico “The Dark Ride”!
Se ao longo dos álbuns anteriores – já na fase de Andi Deris como vocalista – o trabalho do Helloween gerava opiniões mistas entre os fãs (e ainda hoje gera), talvez o mesmo não possa ser dito sobre “The Dark Ride”, já que aparentemente ele unifica o público. E não é pra menos; é prazeroso ouvir um Helloween empolgado e criativo trazendo um disco recheado de músicas verdadeiramente marcantes.
Ao contrário do anterior imediato de inéditas, o “Better Than Raw” (afinal, “Metal Jukebox”, de 1999, é um álbum de covers), de 1998, que apresenta canções de atmosfera mais fechada e densa, resultando em um álbum demasiadamente homogêneo, “The Dark Ride” já tem musicalidade mais aberta, de mais fácil assimilação. Longe de uma sonoridade embolada, o disco consegue aliar, com invejável competência, linhas melódicas e muito peso. Basta conferir faixas como “Mirror Mirror” e “Salvation”, por exemplo, que em um momento os riffs se dedicam a passagens melódicas, e no seguinte, já estão bem distorcidos, chamando a bateção de cabeça. Sem contar as variações vocais de Andi Deris no decorrer do trabalho, que, de acordo com a passagem, canta mais alto e limpo ou mais rasgado e agressivamente – e essa agressividade é especialmente bacana de se ver em “Escalation 666”, uma puta música pesada.
A partir de 2000, “The Dark Ride” pode ser lembrado como o álbum “mais Helloween” da banda, se mantiver em mente os trabalhos clássicos. Sente-se isso especialmente nos refrões, onde os backing vocals dão base a Andi Deris de maneira absolutamente melódica e linda, como se espera da banda.
Daqui saiu um dos maiores clássicos do Helloween: a belíssima “If I Could Fly”, obrigatória até os dias de hoje durante os shows, sempre fazendo o público cantar junto. Outras destacáveis são “All Over The Nations”, “Mr. Torture”, “The Departed (Sun Is Going Down)” e “I Live For Your Pain”, além das já mencionadas há dois parágrafos. Ainda assim, elas se sobressaem um pouco em meio a um trabalho maravilhoso em sua totalidade.
Fantástico!
Formação:
Andi Deris (vocal);
Michael Weikath (guitarra);
Roland Grapow (guitarra);
Markus Grosskopf (baixo);
Uli Kusch (bateria).
Faixas:
01 – Beyond The Portal
02 – All Over The Nations
03 – Mr. Torture
04 – Escalation 666
05 – Mirror Mirror
06 – If I Could Fly
07 – Salvation
08 – The Departed (Sun Is Going Down)
09 – I Live For Your Pain
10 – We Damn The Night
11 – Immortal
12 – The Dark Ride
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9/10