Depois da excelente impressão deixada em “Walls of Jericho”, trabalho que trouxe uma sonoridade pesada, melódica e suja, a banda resolve investir em algumas mudanças para seu sucessor. Sendo assim, ainda em 1986, Kai Hansen decide dedicar se somente a compor e focar na guitarra. Abria-se vaga para um vocalista. O escolhido foi um jovem de apenas 18 anos que já vinha destacando se no cenário underground alemão com sua banda, a I’ll Prophecy. Estamos falando de Michael Kiske.
O jovem vocalista tinha um estilo totalmente diferente de Kai, com uma voz mais polida, limpa, um timbre vocal belíssimo e um alcance fenomenal, chegando a lembrar Geoff Tate em diversas vezes. Cantor escolhido, pré-produção já feita, a banda resolve entrar no Horus Sound Studio, em Hannover, em novembro de 1986, para dar início às gravações de “Keeper of The Seven Keys”.
Em 23 de maio de 1987, o trabalho finalmente veio à tona e causou um certo estranhamento, sobretudo com total diferença proposta musical apresentada em “Walls of Jericho” – a começar pela produção, que ficou a cargo de Tommy Newton e Tommy Hansen, que deixaram o trabalho com uma sonoridade bem melhor.
“Initation” é uma breve introdução instrumental, que de forma clássica anuncia o que está por vir. A faixa seguinte, “I’m Alive”, mostra finalmente ao que o novo Helloween veio. Uma música veloz, extremamente melódica, solos de Hansen e Weikath certeiros e Michael Kiske dando um espetáculo. “A Little Time”, contribuição do vocalista, já se mostra um pouco mais cadenciada. A faixa já tinha sido gravada por sua antiga banda, onde tinha uma duração de pouco mais de seis minutos.
“Twilight of The Gods” traz novamente a nova proposta do Helloween. Todos os ingredientes que viriam a moldar o Metal Melódico dali pra frente são ditados nela. Peso, velocidade e melodia, com o merecido destaque para as linas vocais de Kiske. Sem dúvidas, uma das melhores músicas da banda. “A Tale That Wasn’t Right” é aquela típica “balada de FM”, mas que de maneira nenhuma quer dizer que seja ruim. Trata-se de uma música bastante sentimental, belíssimo solo de Michael Weikath e Kiske novamente destacando-se.
“Future World” traz novamente uma música mais cadenciada, onde podemos destacar os solos dobrados de Kai e Weikath e o refrão bastante pegajoso. Ainda hoje a música é obrigatória nos shows. Em “Halloween”, temos um épico de mais de treze minutos, cheia de mudanças de tempo, vigorosa e onde em diversas vezes lembra uma típica trilha sonora de filme. Para fechar, temos “Follow The Sign”, faixa semi-instrumental que, de certa forma, dá um gancho para o sucessor.
Inicialmente, a ideia seria lançar as duas partes de “Keeper of The Seven Keys” juntas, mas a gravadora decidiu por lançá-las de forma distinta e em anos diferentes. Porém, anos mais tarde saiu uma edição especial com as duas partes juntas. Diria que “Keeper of The Seven Keys Part I” é um álbum que ditou todas as regras para um sub-gênero que dominaria o cenário alguns anos depois. Um trabalho essencial e obrigatório para os fãs do Heavy Metal Melódico.
Formação:
Michael Kiske (vocal);
Kai Hansen (guitarra);
Michael Weikath (guitarra);
Markus Grosskopf (baixo);
Ingo Schwichtenberg (bateria).
Faixas:
01 – Initation
02 – I’m Alive
03 – A Little Time
04 – Twilight of The Gods
05 – A Tale That Wasn’t Right
06 – Future World
07 – Halloween
08 – Follow The Sign
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8/10