O Helloween é uma das maiores bandas da Alemanha, e também uma das minhas “all-time favorites”. Ainda assim, determinados discos têm dificuldade em cair definitivamente no meu gosto, e um deles certamente é o “Better Than Raw”, o oitavo álbum de estúdio do conjunto, lançado em 1998.
Aquilo que pareceria premeditadamente um desastre devido à saída do vocalista Michael Kiske e do falecido baterista Ingo Schwichtenberg em 1993 acabou por, felizmente, não ser merecedor de tal negativo título. Com as chegadas de Andi Derris (vocal) e Uli Kusch (bateria), o Helloween seguiu lançando bons álbuns, especialmente “The Time of The Oath” (1996), trabalho anterior ao “Better Than Raw”.
No entanto, enquanto “The Time of The Oath” se mostra mais digerível e próximo daquilo apresentado nos clássicos “Keeper of The Seven Keys”, “Better Than Raw” já se mostra o início do que viria a ser a pegada marcante da banda no século XXI: músicas intensas – MUITO intensas!
Tanta intensidade acaba por ser um dificultador desse disco cair no meu gosto. Quero dizer, há álbuns posteriores de pegada similar que gosto bastante, como “Keeper of The Seven Keys – The Legacy” (2005), “7 Sinners” (2010) e “Straight Out of Hell” (2013). Porém, “Better Than Raw” carece de charme, carece de atratividade. Parece que as músicas não funcionaram muito em sua missão de prender a atenção do ouvinte. É um trabalho muito cheio, turbulento, denso, com poucas partes marcantes, embora o disco não seja exatamente ruim.
A versão regular do registro tem 55 minutos de duração, e todo esse tempo parece absolutamente a mesma coisa. É cansativo, pelo menos quando as músicas não são fortes. O instrumental se embola demais, e o vocal de Andi Derris acaba se perdendo em meio a essa muvuca, como um homem com dificuldade de ter seus gritos ouvidos enquanto é levado pela forte correnteza de um rio.
Claro, é aquele tipo de álbum que precisa ser ouvido “over and over and over again” para que uma assimilação melhor seja efetuada. Os discos citados há dois parágrafos são desses que precisam de insistência – e exatamente pela insistência, gosto muito deles. Ainda assim, “Better Than Raw” não consegue desenvolver o mesmo efeito, portanto, não melhora com as repetições.
Uma pena.
Formação:
Andi Deris (vocal);
Michael Weikath (guitarra);
Roland Grapow (guitarra);
Markus Grosskopf (baixo);
Uli Kusch (bateria).
Faixas:
01 – Deliberately Limited Preliminary Prelude In Z
02 – Push
03 – Falling Higher
04 – Hey Lord!
05 – Don’t Spit On My Mind
06 – Revelation
07 – Time
08 – I Can
09 – A Handful of Pain
10 – Lavdate Dominvm
11 – Midnight Sun
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6/10