O ano é 2011 e o FOO FIGHTERS chega ao seu sétimo álbum de estúdio, sucedendo “Echoes, Silence, Patience“, lançado quatro anos antes. Após a turnê, a banda se reuniu, não em um estúdio, mas na garagem do líder da banda, Dave Grohl, fazendo uso de equipamentos analógicos. A produção ficou a cargo de Butch Vig, o mesmo que produziu o aclamado “Nevermind“, do NIRVANA e que depois fundaria a sua banda, o GARBAGE (e o nome revela profundamente a qualidade desta banda). E junto com o disco, rolou um documentário.
Gravado entre setembro e dezembro de 2010 e lançado em 12 de abril de 2011, o disco conta com o retorno de Pat Smear na guitarra. E Krist Novoselic, ex-baixista do NIRVANA foi um dos convidados. Lançado pela RCA Records, o álbum vendeu 235 mil cópias na sua primeira semana pós lançamento nos Estados Unidos e se tornou o primeiro da banda a alcançar o topo da parada da Billboard.
Colocando a bolachinha para rolar, temos 47 minutos de Rock Alternativo, que empolga quem gosta de um som mais comercial, não agressivo e que é muito, mas muito diferente daquele FOO FIGHTERS que por exemplo, este redator escuta até os dias de hoje: os dois primeiros álbuns da banda que são simplesmente sensacionais.
“Bridge Burning” tem um começo bem legal, em que as coisas ameaçam acontecer e virar um Rock and Roll de respeito, mas é só no começo, pois logo ela se torna uma música medonha, embora o seu refrão tenha breves flertes com o peso.
“Rope” tem na intro um efeito de guitarra pra lá de chato e a música se desenvolve em um clima bem psicodélico, mas as coisas mudam um pouco do meio para o final, onde os caras resolvem colocar as guitarras para funcionar.
“Dear Rosemary” aposta nas frases repetidas e no refrão grudento, com uma pegada bem alternativa, mas ainda não é o suficiente para fazer a banda decolar.
“White Limo” enfim, traz um pouco de “punch” e daquela “rebeldia” que o FOO FIGHTERS perdeu a partir do terceiro disco, “There’s Nothing Left to Lose” (1999) e se mostra de longe, a melhor faixa não só do disco, mas uma das melhores da carreira da banda. Os berros de Grohl lembram um pouco do que ele fez em “Wennie Bennie“, do autointitulado álbum de estreia. Enfim, uma música bem legal. E o clip, fantástico, com direito a participação do imortal Lemmy Kilmister e a nossa tão amada garrafa de Jack Daniel’s (N. do R: e digo “nossa” pois este Bourbon estadunidense é também a bebida favorita deste que vos escreve). Não a toa, esta faixa ganhou o “Grammy” de 2012 na categoria “Melhor Performance Hard Rock/Metal“.
“Arlandria” é outra música com início chato, cresce um pouco no refrão, mas sem conseguir empolgar.
“These Days” tem um dedilhado no violão no seu início e assim como a anterior, também cresce no refrão, mas, igualmente sem causar.
“Back & Forth” tem altos e baixos, flerta com o peso, tem altos e baixos, mas falta algo… Ah, sim! Aquela rebeldia dos dois primeiros álbuns. Mas a música ganhou um dos prêmios do “Grammy Awards” em 2012 (mais abaixo, o caro leitor terá acesso à lista dos prêmios abocanhados pela banda).
“A Matter of Time” é aquela musiquinha comercial; Inofensiva e chata de doer. “Miss the Misery” tem uma levada bonitinha, mas… Não me empolgou ainda! Tento manter a calma, ainda restam mais duas faixas e eu espero ter de volta aquele FOO FIGHTERS pelo qual me apaixonei entre os anos de 1995 e 1998.
“I Should Have Known” praticamente enterra qualquer possibilidade de eu fazer uma boa resenha sobre qualquer disco pós “The Colour and the Shape” (1997). Ô musiquinha chata!
Mas vamos lá, a última música se chama “Walk” e em 2011 ganhou o prêmio de “Melhor Vídeo de Rock” na MTV Music Awards. Deixei-me iludir, pois as músicas de outras bandas com o mesmo título são nada menos que sensacionais. Falo de “Walk“, do PANTERA e “A Walk“, do BAD RELIGION. Esta aqui é até legalzinha, superando a média do álbum, mas definitivamente, não me fez voltar a curtir o som da banda como nos primórdios.
É preciso ressaltar que, mesmo sendo um disco chato, fraco musicalmente e inofensivo demais, mesmo gravado em formato analógico, a produção é muito boa e os músicos executam bem as suas partes. Não é porque eu não gostei da qualidade das músicas que irei de igual forma detonar o trabalho que os caras fizeram. E isso é de se tirar o chapéu.
Ai o caro leitor poderá dizer que estou errado em fazer uma review tão dura com a banda, se esta obra levou 5 dos 6 prêmios pelos quais ela fora indicada no “Grammy Awards” em 2012:
- Melhor Performance Hard Rock/Metal: White Limo
- Melhor Canção de Rock: Walk
- Melhor Performance de Rock: Walk
- Melhor Álbum de Rock: Wasting Light
- Melhor Filme Musical em Longametragem: Back & Forth
Porém, a banda perdeu o título de “Melhor Disco do Ano” para Adele, o que explica e muito as minhas linhas até aqui. A banda optou por seguir uma linha mais Mainstream, o que não é motivo para nós os condenemos à fogueira. Eles ganharam muitos fãs, dinheiro, prestígio e sucesso comercial, lotando arenas e tendo suas músicas sendo veiculadas à exaustão. Porém, eles com certeza perderam fãs pelo meio deste caminho.
Eu tive a oportunidade de assistir a banda em 2014, pela TV, é óbvio, quando eles fizeram um show no estádio do Maracanã. E pude perceber o quanto a banda é fraca ao vivo. Dave Grohl é um dos sujeitos mais bacanas da cena, carismático, com uma simpatia ímpar, mas naquele domingo, a tentativa de tocar a clássica “Tom Sawyer“, do RUSH. E mesmo com três guitarras, foi deprimente, para dizer o mínimo. E afirmo categoricamente que a melhor obra que Dave fez musicalmente após o segundo disco do FF, foi o projeto PROBOT (2004).
E após a turnê de divulgação deste disco, Dave Grohl afirmou à imprensa que a banda entraria em hiato por tempo indeterminado, fato que acabou não sendo tão indeterminado assim, visto que a banda se reuniu pouco depois para a gravação do novo álbum, mas isso é assunto para a próxima edição do Cronologia.
Formação:
Dave Grohl – Vocal/Guitarra
Pat Smear – Guitarra
Chris Shiflett – Guitarra
Nate Mendel – Baixo
Taylor Hawkins – Bateria
Tracklist:
01 – Bridge Burning
02 – Rope
03 – Dear Rosemary
04 – White Limo
05 – Arlandria
06 – These Days
07 – Back & Forth
08 – A Matter of Time
09 – Miss the Misery
10 – I Should Have Known
11 – Walk
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4/10