“Black Clouds & Silver Linings” pode ser considerado um marco de certa forma negativo na história da banda Dream Theater devido ao fato de, após o lançamento e muitos anos de companhia, um dos fundadores e principais músicos da banda – sem dizer o mais carismático -, abandonar seu posto nas baquetas: Mike Portnoy.
Uma das teorias é que isso ocorreu devido ao baterista estar “mais feliz” tocando em seus inúmeros projetos paralelos do que junto ao Dream Theater. Mas, afinal, isso hoje já são águas passadas. Em se tratando do álbum “Black Cloud and Silver Linings”, ele imprime algumas novidades ainda não exploradas pela banda. Linhas góticas são elementos mais participativos na produção do álbum e Mike Portnoy inclui vocais beirando guturais em algumas faixas, dando mais peso e velocidade às músicas.
O tema de abertura fica a cargo de “A Nightmare To Remember”, uma faixa forte e com tudo que o Dream Theater mais ama: progressões e andamentos quebrados. Na maior parte da faixa percebemos o peso e velocidade como principais armas dos músicos. Uma das melhores faixas do álbum, se não for a melhor, mesmo tendo seus quase 13 minutos de duração.
Na sequência, “A Rite To Passage” é uma música mais harmoniosa com refrão marcante e de fácil assimilação. A música tem sua base mais simples e no meio do andamento a banda aumenta a velocidade e isso traz uma emoção mais empolgante ao ouvinte.
Lembrando a você, leitor, que aqui estamos falando de Dream Theater, então não poderia faltar uma baladinha toda depressiva e melancólica, como “Wither”, que vem a seguir. Confesso que não sou fã de músicas lentas e as do DT já encheram o saco. Se for da mesma opinião que a minha, simplesmente pule essa faixa.
“The Shattered Fortress” é uma viagem sonora. É inegável a qualidade técnica e individual de cada um dos músicos da banda. Podemos distinguir com exatidão cada instrumento tocado. A faixa é forte e muito bem trabalhada, com momentos de velocidade, solos de cada instrumento, passagens calmas, tudo em uma única faixa com precisão impecável, coisas que somente o DT consegue.
A penúltima faixa, “The Best of Times”, tem uma introdução chata e cansativa de quase 3 minutos. Todo esse tempo para começar solos e quebradas intermináveis, para aí sim, a música começar. Confesso que as melodias e arranjos são cansativos e muito melosos. Uma música que não leva o nome ao pé da letra. Ela deveria se chamar “The Worst of Times”.
O álbum tem apenas seis músicas, com o tempo estimado em aproximadamente 75 minutos de duração. Confesso que a faixa de encerramento só não é pior que a anterior porque em “The Count of Tuscany” a banda consegue momentos de qualidade impressionante.
Mesmo arrependido de ter saído da banda, Mike Portnoy deve ser compreendido. Tocar essas músicas demasiadamente longas, com baladas cansativas e arrastadas, não deixa qualquer um feliz.
https://www.youtube.com/watch?v=doyt1oGhzoQ
Formação:
James LaBrie (vocal);
John Petrucci (guitarra);
John Myung (baixo);
Mike Portnoy (bateria);
Jordan Rules (teclado).
Faixas:
01 – A Nightmare To Remember
02 – A Rite of Passage
03 – Wither
04 – The Shattered Fortress
05 – The Best of Times
06 – The Count of Tuscany
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6/10