“A Dramatic Turn of Events” (“Uma Dramática Mudança de Eventos”) é o décimo primeiro álbum de estúdio do Dream Theater. Lançado em 13 de setembro de 2011, o disco foi o primeiro da banda a não contar com o mestre Mike Portnoy na bateria.
Confesso que quando ouvi pela primeira vez, minha atenção estava toda sobre Mike Mangini. Substituir um baterista como Portnoy não é uma tarefa fácil, porém Mangini conseguiu segurar a “bronca” fazendo um ótimo trabalho aqui.
Assim como muitas das capas do Dream Theater, o álbum vem com uma arte muito bonita. O conceito foi concebido pelo excelente artista Hugh Syme, que já trabalhou com vários ícones do Rock/Metal. A imagem foi produzida a partir de um clipart que já havia sido utilizado pelo artista anteriormente na capa do álbum “The 1st Chapter”, de 2005, da banda norueguesa Circus Maximus, que também faz Progressive Metal. Mesmo com muitas alterações, podemos notar as semelhanças em alguns pequenos detalhes, porém, nada tão gritante.
Num todo, “A Dramatic Turn of Events” mantém o alto nível técnico que encontramos no Dream Theater, porém nem de longe consegue ofuscar álbuns como “Metropolis, Pt. 2: Scenes From A Memory” ou “Octavarium”, por exemplo.
O disco abre com a “On The Backs of Angels”, faixa que foi o primeiro single do trabalho e também a primeira canção a ser divulgada com o novo baterista. Apesar de ser uma ótima faixa, com uma intro muito bem composta, a canção não chega a ser empolgante, porém se porta convidativa e nos prende ao disco. Com toques mais eletrônicos, a segunda faixa, “Build Me Up, Break Me Down”, tem um ótimo refrão e mostra uma mescla bem interessante, fora o teclado que faz orquestrações incríveis – aliás, o trabalho de teclado do disco todo é simplesmente de “tirar o chapéu” e isso pode ser notado com bastante intensidade na faixa “Lost Not Forgotten”.
Sempre gostei muito das baladas do Dream Theater, visto que a banda sabe mesclar com genialidade peso e cadência, e a faixa “This Is The Life” é um grande exemplo disso, já que consegue ser graciosa e poderosa com a mesma intensidade, servindo de acalento, pois logo em seguida somos esmagados pela música mais agressiva do álbum, “Bridges In The Sky”. Ela traz aquele peso típico da banda com uma base marcada de contratempos. Seguindo com o peso, a próxima canção, “Outcry”, é uma das melhores do álbum. A composição é coesa, além de ser de um porte robusto e ao mesmo tempo límpido, fora que tecnicamente a canção esbanja em bom gosto, tento inclusive umas das melodias vocais mais linda do disco.
Gosto muito dos trabalhos solos de James LaBrie, o músico consegue trazer climas peculiares as suas canções, nos transportando para seu universo particular, e esse clima pode ser encontrado em “A Dramatic Turn of Events” através da faixa “Far From Heaven”, que é inteiramente composta por piano e cordas. É realmente linda, diferente da que vem na sequência, “Breaking All Illusions”, a mais curta do trabalho.
Para finalizar, temos a bonita “Beneath The Surface”, a única a não ter bateria, sendo executada somente com voz, teclados e violão. Particularmente, gostei muito dela como tema de encerramento.
“A Dramatic Turn of Events” é uma obra bem produzida, equilibrada e de alta qualidade, porém não agradará de imediato, já que requer várias audições para se absorver por completo a ideia da banda.
Formação:
James LaBrie (vocal)
John Petrucci (guitarra);
John Myung (baixo);
Mike Mangini (bateria);
Jordan Rudess (teclados).
Faixas:
01 – On The Backs of Angels
02 – Build Me Up, Break Me Down
03 – Lost Not Forgotten
04 – This Is The Life
05 – Bridges In The Sky
06 – Outcry
07 – Far From Heaven
08 – Breaking All Illusions
09 – Beneath The Surface
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7/10