Confesso que nunca fui fã da sonoridade das bandas de black metal, principalmente daquelas oriundas dos países nórdicos. Cresci ouvindo Venom, Celtic Frost e Samael no máximo. Mas respeito muito o estilo porque diferentemente de seus predecessores, eles criaram um som original, e entre eles está o Dimmu Borgir.
Claro que tudo é questão de gosto, e também do momento, e cito um exemplo, Dissection. De uma hora pra outra senti a vontade de ouvir bandas novas de black metal, e fiquei extremamente encantado pelo Dissection, ou seja, nunca é tarde para você conhecer bandas e atestar que o universo metálico é vasto.
Voltando ao Dimmu Borgir, o que realmente me pegou foram as passagens orquestrais soberbas que criam verdadeiros cenários musicais, e nos transportam para dentro de um filme épico e sombrio. Death Cult Armageddon é o sexto álbum da banda e consolidou o nome do Dimmu Borgir no cenário, e apesar dessa atmosfera ainda é black metal no âmago.
Com a incorporação de temas Wagnerianos e riffs com uma certa acentuação thrash em algumas partes o álbum mantém a aura negra. Em determinadas faixas há uma disputa saudável das partes orquestrais com as partes mais agressivas, basta verificar “Eradication Instincts Defined” e “Vredesbyrd”, faixas onde a orquestra toca a maioria das melodias deixando os instrumentos do metal tradicional fritando ao longo dela, e é deveras interessante não haver um único momento de conflito entre os instrumentos fazendo a música fluir muito bem. “Vredesbyrd” também tem uma vibe power metal no começo e no fim, já que em seu meio há um clima de metal industrial e “Progenies of the Great Apocalypse” é cheia de riffs meio thrash mas que soa desinteressante servindo mais como um complemento com uma atmosfera obscura e versos declamados.
“Unorthodox Manifesto” é a faixa de metal industrial mas que ainda possui uma grande influência death metal nas partes rápidas. “Cataclysm Children” é principalmente um thrash metal e que no final surgem algumas melodias de piano e guitarra lembrando um pouco a faixa “Spellbound”.
As demais faixas carregam esse mesmo clima tenebroso e funesto, mas ganham uma vivacidade quando a melodia descamba para as partes orquestrais.
Em suma, Death Cult Armageddon é um registro intenso e cheio de surpresas, e que parece carregar algo místico dentro dele com sua atmosfera sombria graças às guitarras afiadas como navalhas e riffs sinistros e gélidos, é uma verdadeira trilha sonora para a Terra de Mordor.
Formação:
Shagrath (vocais);
Silenoz (guitarra);
Galder (guitarra);
ICS Vortex (baixo, vocais limpos nas faixas 2 e 7);
Mustis (piano e teclados);
Nicholas Barker (bateria).
Faixas:
01 – Allegiance
02 – Progenies of The Great Apocalypse
03 – Lepers Among Us
04 – Uredesbyrd
05 – For The World To Dictate Our Death
06 – Blood Hunger Doctrine
07 – Allehelgens Dod I Helveds Rike
08 – Cataclysm Children
09 – Eradication Instincts Defined
10 – Unorthodox Manifesto
11 – Heavenly Perverse
12 – Satan My Master (Bonus Track)
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7/10