A importância do Death para o surgimento e desenvolvimento do Death Metal é algo incontestável. Aliás, poucas bandas representaram tão bem um estilo quanto o grupo formado e liderado pelo saudoso e lendário Chuck Schuldiner. Vindo de uma sequência incrível de quatro álbuns de suma importância para o estilo, “Scream Bloody Gore” (87), “Leprosy” (88), “Spiritual Healing” (90) e “Human” (91), as expectativas eram altas para seu quinto trabalho de estúdio, até poque tínhamos aqui aquela que tecnicamente deve ter sido a melhor formação da banda.
Chuck Schuldiner (vocal/guitarra), Andy LaRocque (guitarra), Steve DiGiorgio (baixo) e Gene Hoglan (bateria). Um verdadeiro time dos sonhos. E convenhamos, algo vindo da cabeça de Chuck e da união de tantos talentos nunca poderia ser menos que ótimo. O resultado foi seu trabalho mais Progressivo até então, mas sem perder o peso do Death Metal que ajudaram a criar e consolidar. A maturidade do material apresentado é incrível e ele soa muito variado, técnico e intrincado, mesmo com suas músicas mal passando da casa dos quatro mínutos.
A diversidade apresentada pelo Death em cada música de “Individual Thought Patterns” é algo absurdo. Sem exageros, em alguns momentos temos a sensação que cada música aqui apresenta ideias que poderiam render um álbum inteiro. Os vocais de Chuck conseguem passar uma angústia muito grande, sendo um dos destaques do trabalho. Ao lado de Andy, executam um trabalho simplesmente primoroso nas guitarras, com riffs bem originais, pesados e capazes de esmagar o crânio do ouvinte. Além disso, conseguem forjar ótimas melodias. Já a parte rítmica faz um trabalho de cair o queixo. Mas também, pudera, o que esperar de duas lendas como Steve DiGiorgio e Gene Hoglan? O que os dois fazem aqui é de cair o queixo.
São 10 verdadeiros petardos aqui, onde o quarteto esbanja categoria e criatividade, com destaque para as diversas mudanças de andamento e velocidade presentes. Apesar do nível de complexidade das mesmas ser maior, em momento algum soam complicadas aos ouvidos de quem escuta. Dentre todas, vale a pena destacar os riffs pesados e complexos de “In Human Form” e “Jealousy”, os riffs esmagadores de “Nothing Is Everything”, a bruta e bem progressiva “Out of Touch”, as épicas “Trapped in a Corner” e “Destiny” (com um riff absurdo de bom) e claro, a mais que clássica “The Philosopher”.
Um trabalho clássico e mais que obrigatório de uma banda que, desde o seu surgimento, sempre buscou evoluir e, principalmente, revolucionar o Death Metal.
Formação:
Chuck Schuldiner (vocal e guitarra);
Andy LaRocque (guitarra);
Steve DiGiorgio (baixo);
Gene Hoglan (bateria).
Faixas:
01 – Overactive Imagination
02 – In Human Form
03 – Jealousy
04 – Trapped in a Corner
05 – Nothing Is Everything
06 – Mentally Blind
07 – Individual Thought Patterns
08 – Destiny
09 – Out of Touch
10 – The Philosopher
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9/10