Após o estrondoso sucesso de “Kill” (2006), o Cannibal Corpse retorna, passados três anos, com o ótimo “Evisceration Plague” (2009), dando assim continuidade à sua eterna missão de esmerilhar e moer pescoços ao redor do globo, epopeia esta que, àquela altura, já durava 21 anos.
A formação da banda não sofreu alterações: temos George “Corpsegrinder” Fischer nos vocais, Pat O’Brien e Rob Barrett nas guitarras, o líder Alex Webster no baixo, e Paul Mazurkiewicz no comando das baquetas. E o teor lírico também seguiu intacto: torturas, mutilações, decomposição, sodomia, purulência… ou seja, o bom e velho gore em suas mais diversas facetas.
O material aqui é bastante homogêneo, portanto, farei um breve faixa-a-faixa, visando somente elucidar alguns pontos:
“Priests Of Sodom” – música altamente cadenciada, com andamentos quebrados e de grande variação;
“Scalding Hail” – curta, rápida, visceral e recheada de bons riffs;
“To Decompose” – possui linhas de baixo brutais, interessantes licks de transição das guitarras e um solo claustrofóbico;
“A Cauldron Of Hate” – som ligeiramente arrastado e bastante extremo, que conta com vocais poderosos e um bom momento de guitarra em tom dissonante;
“Beheading And Burning” – canção que tem levada veloz e tradicional do chamado Death Metal “old school”, com harmônicos artificiais em alguns versos que se misturam com o final das frases, causando assim um efeito sensacional;
“Evidence In The Furnace” – petardo bastante rápido na maior parte do tempo, altamente provido de blast beats, baixo pujante e riffs alucinantes, contando ainda com um solo curtinho e eficiente;
“Carnivorous Swarm” – apesar da pouca expressividade, possui boas quebras de ritmo, algo que o quinteto sempre realiza com primor;
“Evisceration Plague” – faixa-título cadenciada e pegajosa, detentora de um riff inicial muito marcante, uma das melhores do disco;
“Shatter Their Bones” – temos aqui uma ótima variedade de linhas de guitarra, bateria “reta” (recorrente em boa parte do álbum, vale citar) e grandes solos;
“Carrion Sculpted Entity” – mais do mesmo, sem grandes destaques, com exceção dos vocais versáteis de George Fischer;
“Unnatural” – porrada direta e certeira, com algumas poucas mudanças de andamento;
“Skewered From Ear To Eye” – som que conta com enorme quantidade de riffs, verdadeira paulada que encerra a audição em uma nota bastante positiva.
Embora menos impactante que seu antecessor, “Evisceration Plague” mantém o alto padrão de qualidade que é peculiar ao grupo e entrega um resultado final bastante satisfatório, obtendo excelentes reações por parte dos fãs e da crítica especializada à época.
Em 2010, a banda passou pela América Latina, durante a turnê mundial de divulgação do disco, com um show único em nosso país, ocorrido no finado Santana Hall, em São Paulo.
Tracklist:
1 – Priests Of Sodom
2 – Scalding Hail
3 – To Decompose
4 – A Cauldron Of Hate
5 – Beheading And Burning
6 – Evidence In The Furnace
7 – Carnivorous Swarm
8 – Evisceration Plague
9 – Shatter Their Bones
10 – Carrion Sculpted Entity
11 – Unnatural
12 – Skewered From Ear To Eye
Formação:
-George “Corpsegrinder” Fischer (vocal)
-Pat O’Brien (guitarra)
-Rob Barrett (guitarra)
-Alex Webster (baixo)
-Paul Mazurkiewicz (bateria)
Músico convidado:
-Erik Rutan (guitarra na faixa 11)
Produção:
-Erik Rutan (engenharia de som, mixagem e produção)
-Vincent Locke (arte da capa)
-Shawn Ohtani (engenharia de som adicional)
-Brian Elliott (engenharia de som adicional)
-Alan Douches (masterização)
-Brian Ames (design)
-Alex Solca (fotografia)