Lançado em 1992, o disco de estreia do Burzum foi um marco dentro do estilo conhecido como black metal, tornando a “banda” uma das mais importantes do gênero. Entre aspas porque contava com apenas um integrante, Vark Vikernes, responsável por todos os instrumentos e por todas as composições. Para entender o black metal do Burzum temos que entender um pouco da mente de seu idealizador, pois as letras abordam uma temática por vezes diferente do que o estilo normalmente apresenta. Aqui não se fala totalmente de satanismo (ao menos não tão explicitamente), mas sim de ideias anticristãs e pagãs.
Do ponto de vista musical, Varg também inovou, trazendo uma sonoridade diferente, não limitando-se a crueza sonora dos grupos da geração anterior; experimentando, explorando a ambiência como recurso, os climas sombrios e minimalistas. Tudo isso vem envolto numa aura extremamente obscura e violenta. Com esse disco, a mente de Varg traçou uma viagem sonora através do caos e da podridão, fazendo com que seu projeto se tornasse uma referência dentro do estilo.
Faixas como War, My Journey To The Stars e Lord Of The Depths possuem riffs avassaladores, além de baterias monstruosas. A produção um pouco abafada incomoda um pouco, algumas vezes até tirando o peso do instrumental, mas salienta ainda mais a importância histórica desse disco e mostrando como era o mundo do metal extremo no começo dos anos 1990.
O fato é que o Burzum, ao lançar esse álbum, inovou dentro de um estilo totalmente anticomercial, angariando fãs e tornando o black metal algo que despertava a curiosidade de quem curtia metal. No melhor estilo ame ou odeie, o polêmico Varg rompeu algumas amarras, fazendo com que esse projeto se tornasse um dos pilares do gênero.
Alguns fãs do estilo não aceitavam bem as atitudes (como queimar igrejas) e pensamentos (nazistas) de seu criador, além de ter assassinado, em 1993, Øystein Aarseth (conhecido pelo pseudônimo Euronymous) seu colega e integrante da banda Mayhem.Vikernes acabou preso e condenado a 21 anos de prisão por homicídio e incêndios criminosos. Em meio a tantas polêmicas, o Burzum viu seu fim após oito anos, tendo retornado posteriormente em 2009, para encontrar novo fim em 2018. Independentemente das ideias de Varg, esse primeiro álbum foi o começo de tudo. Dentro do seu estilo, goste você ou não, foi inegavelmente inovador.
Tracklist:
01. Feebles Screams For Forests Unknown
02. Ea,Lord Of The Deeps
03. Black Spell Of Destruction
04. Channelling The Power Of Souls Into A New God
05. War
06. The Crying Orc
07. A Lost Forgotten Sad Spirit
08. My Journey To The Stars
09. Dungeons Of Darkness
Formação:
Varg Vikernes (todos os instrumentos/vocal)
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8/10