Estamos no ano de 2000 e o vocalista Blaze Bayley fora retirado do IRON MAIDEN para o retorno de Bruce Dickinson, que vivia o seu ápice enquanto vocalista solo. E Blaze não foi nem um pouco bem recebido na Donzela, sendo sempre questionado e muitas vezes, odiado pelos fãs. O cara tinha feito um bom trabalho nos dois discos que gravara com Steve Harris e cia: “The X-Factor“, em minha opinião é um dos melhores discos da carreira da banda. Ok, eu não sou a pessoa mais indicada para falar dos discos do IRON, pois não sou tão fã assim, porém, meu respeito pela banda é gigante, ao ponto de deixá-la no altar e não sou tolo de não reconhecer obras como “The Number of The Beast“, “Piece of Mind“, “Powerslave“…
Enfim, como eu dizia o parágrafo anterior, Blaze fez um bom trabalho, em que pese o fato de “Virtual XI” seja um álbum fraco, mas a culpa não é dele. E ele saiu do IRON com sangue nos olhos, parecendo disposto a mostrar ao mundo que ele não era tão ruim assim. Talvez não precisasse desta autoafirmação, mas o cara se juntou a excelentes músicos e entrou em três estúdios: Backstage Studios, Parr Street Studios e Trident Studios, todos na Inglaterra. E saiu de lá com um excelente disco.
E as três primeiras músicas são as melhores desta bolacha: “Ghost in The Machine” é pesada, densa, sombria, maravilhosa, com um clima bem moderno. Na mesma linha seguem “Evolution“, que se destaca pelos excelentes riffs de guitarra e “Silicon Messiah” com seu refrão grudento. A banda que acompanha Blaze fez um excelente trabalho nestas três primeiras faixas e seu vocal ficou fantástico.
“Born as Stranger” já é bem diferente das primeiras músicas, traz as velhas influências da NWOBHM, porém, com muito mais peso, pois essa galera que estava com ele tem a mão pesada. “The Hunger” tem um andamento mais arrastado, sombrio, pesado. Outra excelente canção, que me arrisco a incluir juntamente com as três primeiras entre as melhores deste play.
“The Brave” traz de volta o clima do Metal britânico, com muita melodia. Outra música bem acima da média. “Identity” volta a trazer o clima denso ao álbum e eu confesso que gosto muito disso. Outra excelente música. As guitarras fazendo um excelente trampo, não só nesta música, mas até o momento, em todo o álbum. Trabalho impecável e que aqui no solo podemos perceber o quão bom está sendo.
“Reach for the Horizon” é mais influenciada pelo Hard Rock, uma boa música, bem tocada. Só não está no mesmo nível das anteriores. “The Launch” bem que poderia ser uma música do IRON MAIDEN, tamanha a influência latente. Mas é normal, é a ex banda do cara. Boa música, bem estruturada.
“Stare at the Sun” é a música mais longa e fecha de forma bem honesta este disco. Ela começa bem lentinha, mas vai crescendo e ganhando força. Esta faixa é bem influenciada pelo Metal Progressivo e mesmo com seus quase oito minutos, em nenhum momento a música se mostra pedante. Pelo contrário, o tempo passa e o ouvinte nem percebe, de tão agradável que a música é.
A versão que está em mãos deste redator ainda tem mais três músicas de bônus: “The Day I Fell to Earth” que mantém o clima de algumas faixas, com influências da NWOBHM, porém, com toques modernos; A segunda faixa bônus é uma versão ao vivo para “Motherfuckers Are Us“, uma música tipicamente britânica. E “Tough as Steel” fecha a bolacha, sendo essa uma música bem enérgica, bem diferente das outras do disco.
Lançado em 22 de maio de 2000, com produção do mago Andy Sneap, o que explica e muito esse clima sombrio, pesado e moderno do álbum, “Silicon Messiah” foi lançado pela Steamhammer. No Brasil, saiu pela Rock Brigade Records/Laser Company. E Blaze estreava com o pé direito, dando um tapa com luvas de pelica na cara dos fãs que o rejeitaram anos atrás. Por algum tempo, este foi o disco que mais escutei. Excelente álbum, que recomendo muito.
Lineup:
Blaze Bayley – Vocal
Steve Wray – Guitarra
John Slater – Guitarra
Jeff Singer – Bateria
Rob Naylor – Baixo
Tracklisting:
01 – Ghost in the Machine
02 – Evolution
03 – Silicon Messiah
04 – Born as a Stranger
05 – The Hunger
06 – The Brave
07 – Identity
08 – Reach for the Horizon
09 – The Launch
10 – Stare at the Sun
11 – The Day I Feel to Earth (Bônus Track)
12 – Motherfuckers Are us (Live bônus track)
13 – Tough as Steel (Bônus track)
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9/10