Em 1972, o Black Sabbath já começava a usufruir de tudo aquilo que grandes astros de Rock podiam ter direito. Mansões, carros de luxo, mulheres, dinheiro e drogas já faziam parte do cotidiano dos quatro rapazes de Birmingham. E foi sobre esse “luxuoso” clima que o quarto álbum da banda começou a criar formato.
Originalmente com o título de “Snowblind”, “Vol 4” é marcado e lembrado pelo início dos problemas com as drogas, afetando inclusive as performances da banda, ainda que fossem incríveis. Mesmo com todos esses pormenores, “Vol 4” ainda é considerado não somente um clássico absoluto do Black Sabbath, mas como de toda a história do Heavy Metal mesmo depois de quarenta e quatro anos do seu lançamento.
É aqui que a banda começa, mesmo que de forma tímida, suas experimentações musicais. Característica essa que ficaria marcante nos lançamentos posteriores. O trabalho começa com “Wheels of Confusion”, onde com uma introdução bem “blueseira” evolui para uma música bastante densa e cadenciada, com lindas linhas vocais de Ozzy, e onde, após os quatro minutos, Tony Iommi nos presenteia com uma excelente performance solo até o fim de seus pouco mais de oito minutos. “Tomorrow’s Dream” é mais simples e direta, mas com bastante peso, melodia e vocalizações incríveis de Ozzy.
Visando claramente o mercado norte americano, temos aqui “Changes”. Com Tony ao piano, temos um clima bem soturno, e Ozzy entregando uma interpretação cheia de sentimentos. “Fx” é um pequeno intervalo que prepara o terreno para um dos melhores momentos do disco.
“Supernaut” destaca-se pelo conjunto da obra. Vocalizações repletas de feeling, riffs mais que inspirados de Tony, linhas galopantes de Geezer e batidas precisas e insanas de Bill dão o ar da graça. “Snowblind” é claramente um dos maiores clássicos do Black Sabbath. Liricamente fala sobre a cocaína, montada sobre um instrumental comandado por riffs poderosos de Tony. “Cornucopia” chama a atenção para seu absurdo peso em pleno começo dos anos 70, em parte devido as linhas de baixo impostas por Geezer.
E quando Tony Iommi resolve pegar um violão clássico, temos a linda “Laguna Sunrise”, uma linda música instrumental, com leves inserções de violino, que dão um clima único ao trabalho. “St. Vitus Dance” mostra o lado Hard Rock do Black Sabbath, mas sem deixar de lado o peso característico. “Under The Sun” tem um início mais cadenciado, onde tudo fica nervoso em sua parte do meio, para novamente um clima cadenciado ao seu fim, fechando de forma ímpar esse maravilhoso trabalho.
Com toda a certeza, “Vol 4” foi um álbum que esteve a frente de seu tempo, que mesmo depois de tanto tempo, continua a impressionar com seu peso. Certamente um dos trabalhos mais pesados e influentes da música pesada.
https://www.youtube.com/watch?v=AZkq5pd9WpQ&list=PL8a8cutYP7foGh3J8sm6dtDMrwREdFIJq
Formação:
Ozzy Osbourne (vocal);
Tony Iommi (guitarra);
Geezer Butler (baixo);
Bill Ward (bateria).
Faixas:
01 – Wheels of Confusion
02 – Tomorrow’s Dream
03 – Changes
04 – Fx
05 – Supernaut
06 – Snowblind
07 – Cornucopia
08 – Laguna Sunrise
09 – St. Vitus Dance
10 – Under The Sun
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8/10