Hoje no Roadie Metal Cronologia recebi a missão de resenhar um álbum de uma banda da qual eu sempre ouvi falar, mas nunca cheguei a efetivamente escutar, o Bathory.
O álbum do qual falarei, “Requiem“, é o primeiro álbum da fase thrash da banda, abandonando o viking metal adotado em álbuns anteriores. Além disso, o álbum marcou o retorno da banda após o vocalista/guitarrista Quorthon ter colocado a banda em um hiato de quase 3 anos para gravar seu álbum solo.
Nesta resenha, repetirei o que fiz para o álbum do Cannibal Corpse que resenhei (“Bloodthirst“), ou seja, ao invés de fazer uma resenha faixa a faixa, vou dar uma opinião geral sobre o álbum e apontar alguns destaques.
A primeira coisa que reparei em “Requiem” é que, apesar de ser de 1994 (um ano em que já tinha-se uma certa qualidade nos equipamentos de gravação), o álbum é muito mal gravado, o que creio que seja intencional para dar esse sentimento de “underground”. Apesar da fama, o Bathory nunca teve contrato com nenhuma gravadora grande (pelo menos não até este álbum), o que pode explicar isso também. Ainda sim, creio que a baixa qualidade aqui é proposital. Isso não torna o álbum ruim, de maneira alguma, mas é um ponto que poderia ter sido melhor. Algo que me incomodou muito em algumas faixas (mas em outras não notei) é o volume do baixo. Dá para ouvir cada batida do dedo do baixista Kothaar. Mas quando o vocal entra, ele cobre um pouco o baixo e fica mais agradável no geral.
De maneira resumida, “Requiem” traz o Thrash Metal em sua maneira mais pura e padrão, riffs rápidos e relativamente simples, bateria rápida, um vocal gritado e solos incrivelmente rápidos e bem executados. Tudo que se esperaria de um bom álbum do gênero. No entanto, estamos falando de 1994, ano em que o Thrash Metal clássico (oitentista) já estava, de certa forma, decaindo devido à saturação, o New Metal estava surgindo, o Groove Metal já estava em alta. Desta forma, o álbum não se destaca no quesito de originalidade, é mais um álbum de um gênero no qual, a essa altura, não havia muito a inventar. No entanto, uma música dentre as nove faixas me surpreendeu suficientemente para eu voltar ao começo dela e ouvir mais uma vez: “War Machine“. Apesar de não se distanciar completamente do Thrash Metal, é uma música com uma pegada muito mais moderna. O riff principal bem agudo, o uso de samples e a bateria mais “groovada”, não sendo somente o “tu pá tu pá” de sempre. Esta música é um exemplo de inovação dentro de um estilo saturado, e para mim é o destaque deste álbum, pois é a única música realmente diferente das outras.
Apesar de ter tecido algumas (várias) críticas, não considero o álbum “Requiem” ruim. Quem me conhece ou acompanha minhas resenhas sabe o quanto o quesito “originalidade” influencia para mim e como ele sempre faz parte da minha crítica, mas uma banda não ser original não faz dela ruim, simplesmente faz com que ela não seja nada além de outras do mesmo estilo. No entanto, no caso do Bathory, a fórmula do Thrash Metal é muito bem executada em um álbum que dá prazer de ouvir, não é um álbum repetitivo e cansativo como muitos outros, principalmente nesse gênero. O fato de ser um álbum curto também ajuda, visto que é muito fácil ouvir um álbum completo de 33 minutos, até mesmo no caminho para o trabalho.
É uma pena o que o destino reservou para Quorthon, pois o Bathory, a julgar por este álbum, teria o suficiente para levar uma carreira longa pela frente.
Tracklist:
1- Requiem
2- Crosstitution
3- Necroticus
4- War Machine
5- Blood and Soil
6- Pax Vobiscum
7- Suffocate
8- Distinguish to Kill
9- Apocalypse
Formação:
– Quorthon (Vocais, guitarra)
– Kothaar (Baixo)
– Vvornth (Bateria, percussão)
Produção:
– Börje Forsberg