Quorthon, a mente por detrás do nome Bathory, foi um gênio musical. Você até tem o direito de não gostar do seu trabalho, afinal, gosto é algo que varia de pessoa para pessoa, e nem todo mundo vai apreciar os mesmos estilos musicais, mas questionar o talento de um músico responsável direto pela criação de 2 gêneros dentro do Metal, é algo que não cabe de forma alguma. Se álbuns como Bathory (84), The Return……(85) e o mítico Under the Sign of the Black Mark (87), são responsáveis por moldar o Black Metal como o conhecemos, os não menos magistrais Blood Fire Death (88) e Hammerheart são o ponto de partida do que compreendemos como Viking Metal. Sem eles, nomes como Enslaved, Helheim, Thyrfing, Einherjer, e até mesmo o Amon Amarth, provavelmente não existiram como os conhecemos hoje.
Mesmo os gênios não estão imunes ao erro, e isso não seria diferente com Quorthon. Em um determinado momento da carreira, ele resolveu enveredar o Bathory pelos caminhos do Thrash Metal, o que resultou em 2 álbuns, o bom Requiem (94) e o contestadíssimo Octagon, foco do Roadie Metal Cronologia de hoje. Mas o oitavo trabalho de estúdio do Bathory é realmente tão fraco assim, ou rola um certo radicalismo por parte dos fãs devido às mudanças executadas musicalmente e liricamente? Dá para dizer que as duas coisas são válidas aqui.
Musicalmente o que temos é uma mescla de Thrash Metal com Black, com elementos de Hardcore e Groove Metal. Quando segue aquela sonoridade mais tradicional, resvalando no Slayer, algo que acontece em faixas como “Sociopath”, “Grey” e “Judgement Of Posterity”, a coisa toda até que flui bem, mas quando tenta soar mais atual, indo para o lado do Groove, como em “Born to Die”, o caldo entorna e tudo dá uma desandada. Bathory tentando soar como Pantera nunca poderia dar certo. Ainda sim, as boas ideias fluem por todos os lados, e Quorthon consegue tirar bons riffs da manga, mostrando o talento que sempre lhe foi inerente. Pena que a péssima produção acaba colocando tudo a perder, e compromete o resultado, ajudando muito na percepção que muitos possuem de que o álbum é fraco como um todo. Vocal e bateria às vezes soam um pouco altos demais, e o baixo é quase inaudível. As guitarras também ficaram um tanto quanto “finas” demais, tirando muito do impacto que as canções poderiam ter.
Obstante as mudanças ocorridas, Octagon poderia ser um bom álbum como foi seu antecessor Requiem, mas acaba afundando devido à produção fraca, e em algumas tentativas fracassadas de soar mais moderno. Se Quorthon tivesse focado um pouco mais no primeiro quesito, e trabalhado mais um tempo em cima das canções aqui presentes, possivelmente teríamos um resultado superior e menos controverso, já que matéria-prima para tal, temos de sobra aqui.
Tracklist:
01. Immaculate Pinetreeroad #930
02. Born to Die
03. Psychopath
04. Sociopath
05. Grey
06. Century
07. 33 Something
08. War Supply
09. Schizianity
10. Judgement of Posterity
11. Deuce (KISS cover)
Formação:
Quorthon (vocal/guitarra)
Kothaar (baixo)
Vvornth (bateria)
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5.5/10