Durante seus 21 anos a frente do Bathory, Quorthon fez história, e marcou seu nome a ferro e fogo no Heavy Metal. Responsável por criar um estilo – o Viking Metal –, e por influenciar de forma forte e direta toda a estética de um segundo com sua sonoridade suja e grosseira – o Black Metal –, ele se tornou uma lenda, um dos músicos mais influentes da história do estilo, e sem precisar vender milhões de cópias ou fazer turnês por todos os cantos do mundo. Não é qualquer um que consegue algo desse nível.
Nordland II foi lançado em 31 de março de 2003, e naquele momento, ninguém poderia imaginar que estaríamos diante de seu último lançamento. Pouco mais de 1 ano depois, em 07 de junho de 2004, Quorthon foi encontrado morto em seu apartamento, vitimado por um ataque do coração. Deixou para trás uma obra que, apesar de alguns pequenos escorregões – mesmo os gênios são passíveis deles –, soa majestosa e influência bandas até os dias atuais. Nomes como Ereb Altor, Enslaved, Falkenbach, Hades, Einherjer, Thyrfing, Moonsorrow, dentre outros, estão aí para provar isso.
Por ter sido lançado em um espaço curto de tempo com relação a Nordland I, temos aqui uma continuação mais do que natural do mesmo. Vindo de uma sequência de 3 álbuns relativamente contestados, Requiem (94), Octagon (95) e Destroyer of Worlds (01) – Blood on Ice, apesar de ser de 1996, foi gravado entre Blood Fire Death (88) e Hammerheart (90) –, Quorthon optou por voltar a fincar seus pés de forma firme no território do Viking Metal. O resultado é um trabalho fácil de ouvir, com ótimos arranjos, guitarra e bateria pesados e poderosos, e aquele ar bélico e majestoso que só um álbum do Bathory consegue ter.
Claro, a voz de Quorthon nunca foi um primor, e aqui isso não é diferente, assim como a produção não prima pela alta qualidade, ainda mais se confrontada com as produções atuais, mas isso sempre fez parte da estética Bathory de ser, e nunca afetou a qualidade de suas composições. Em Nordland II não é diferente. Os arranjos estão ótimos, o trabalho de guitarra e bateria soam poderosos, por mais que essas últimas sejam bem simples, como de praxe, e os coros passam uma sensação de poder única. O trabalho todo é muito homogêneo, mas posso destacar as ótimas “Blooded Shore”, com excelentes guitarras e coros grandiosos, algo que ocorre também em “Vinland”, que riffs fortes, a épica “The Land”, sem dúvida uma das melhores canções da história da banda, e “The Wheel of Sun”, colossal, pesada e com uma que de Twilight Of The Gods.
Nordland II se equipara a clássicos como Under the Sign of the Black Mark, Blood Fire Death ou Hammerheart? Não, mas ainda sim é um trabalho que causa impacto desde o início, e que de certa forma, consgue replicar o clima existente nesses álbuns. Um ponto final digno para uma carreira brilhante.
Bathory – Nordland II
Data de lançamento: 31 de março de 2003
Gravadora: Black Mark Production
Tracklist:
01. Fanfare (Instrumental)
02. Blooded Shore
03. Sea Wolf
04. Vinland
05. The Land
06. Death and Resurrection of a Northern Son
07. The Messenger
08. Flash of the Silverhammer
09. The Wheel of Sun
10. (Instrumental)
Formação:
Quorthon – todos os instrumentos
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8.7/10