Vincent Damon Furnier, mais conhecido por seu nome artístico Alice Cooper, é um cantor, compositor e ator americano nascido na cidade de Detroit em 4 de fevereiro de 1948. Ficou mundialmente conhecido nos anos 70 por seus shows de rock inovadores e designados para chocar e provocar o público, junto com letras obscenas, obscuras e sangrentas que, junto com seu visual gótico, transformaram Alice em um ícone do rock que continua como fonte de inspirações para artistas de todos os estilos até hoje. Ao longo da carreira, Cooper já lançou 26 álbuns de estúdio e vendeu mais de 50 milhões de cópias.
Welcome To My Nightmare forma um conceito baseado nos sonhos de Steven, personagem que aparece aqui pela primeira vez e acompanha a história de Alice até hoje. As músicas se tornaram clássicas individualmente, várias delas presentes nas apresentações até hoje. Mas o grande barato está justamente em ouvi-las na ordem do disco e viajar pela mente do protagonista. Haverá até mesmo uma identificação natural. Os arranjos de Ezrin propiciam o clima necessário, com orquestrações e sintetizadores atuando como pano de fundo perfeito. E as doentias interpretações de Cooper estão entre as melhores de sua carreira.
O álbum descreve a ‘viagem’ de Steven por seus pesadelos. Steven vive sua infância com a mãe, atormentado por pensamentos e lembranças fantasiosas, cercado por amigos imaginários e, já adulto, traumatizado por um crime (imaginário ou real?) Em que se vê acordar de seu sonambulismo, após matar sua mulher (em sonho, na realidade?) Que essa dúvida permeie também a imaginação e angustie seus ouvintes. Afinal, não é isso que se espera de Alice Cooper?
O fato é que a maioria dos grupos de rock pode facilmente ficar longe dos olhos do público por um ano e meio. Mas Cooper é, por definição, diferente. Nem Alice nem o grupo se contentaram em simplesmente estar em uma banda de rock. Sua fantasia foi a primeira a se tornar uma moda passageira e, em seguida, uma moda que durou.
A verdadeira questão agora é se Alice precisa dessa banda de rock. Com base nas evidências aqui, a resposta provavelmente é sim. A música é admiravelmente executada, e é mais deliberada e complicada do que o rock básico de “School’s Out” e “I’m Eighteen”. Mas sem a selvageria e a movimentação do som que a trupe Cooper tinha, os truques nos quais Alice intérprete deve confiar são lisos e óbvios. Os guitarristas Steve Hunter e Dick Wagner, que empurram essa equipe, são bons, mas nunca entram em ação, já que Mike Bruce e quem quer que seja o substituto de Glen Buxton (Hunter e Wagner) sempre fizeram isso. Tampouco as músicas que eles escrevem são tão cativantes quanto as de Bruce.
Welcome to My Nightmare soa como um registro feito por pessoas que não se conhecem muito bem e foram reunidas para uma ocasião. As ideias básicas que fizeram os hits estão aqui, mas a sua superficialidade é transparente agora, anos após seu lançamento. Fontes começaram a ficar evidentes demais. O vocal de Jim Morrison na faixa-título, por exemplo, é embaraçosamente óbvio. Da mesma forma, os efeitos de phasing e group singing em “Devil’s Food” lembram outras faixas em outros álbuns onde os truques foram usados para melhor aproveitar os arranjos. A seção rítmica pulsante de algumas músicas é apenas um eco pálido do mesmo dispositivo exibido em “Under My Wheels” ou “School’s Out”.
Apesar de tudo, é um clássico e merece seu respeito!!
- Welcome to My Nightmare” (Alice Cooper, Dick Wagner) – 5:19
- “Devil’s Food” (Cooper, Bob Ezrin, Kelly Jay) – 3:38
- “The Black Widow” (Cooper, Wagner, Ezrin) – 3:37
- “Some Folks” (Cooper, Ezrin, Alan Gordon) – 4:19
- “Only Women Bleed” (Cooper, Wagner) – 5:49
- “Department of Youth” (Cooper, Wagner, Ezrin) – 3:18
- “Cold Ethyl” (Cooper, Ezrin) – 2:51
- “Years Ago” (Cooper, Wagner) – 2:51
- “Steven” (Cooper, Ezrin) – 5:52
- “The Awakening” (Cooper, Wagner, Ezrin) – 2:25
- “Escape” (Cooper, Mark Anthony, Kim Fowley) – 3:20
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7/10