Após um período de altos e baixos, por conta da saída de dois bateristas e um álbum mal recebido pelos fãs, o Trivium está de volta com uma força incrível, renovado e com muita energia. A entrada do baterista Alex Bent deu um gás novo e diferente para a banda, que voltou a fazer uma música mais tradicional do estilo da banda.

The Sin and the Sentence” conta com uma capa simples, mas com canções espetaculares que fazem o sangue de qualquer fã da banda derrapar nas veias, e aqueles que não são fãs tem grande chance de ser tornar um.

Começando com a faixa-título, com um show da bateria, com os pedais duplos já destruindo de cara. Um Riff melódico é ecoado com muita competência, e os vocais alternam entre os limpos e os guturais que só Matt Heafy sabe fazer. Sim, eles estão de volta! A faixa seria perfeita se não houvessem tantos blast beats na ponte, algo mais simples se encaixaria melhor, mas não prejudica a faixa, apenas parecem deslocados.

Beyond Oblivion” é diferente, mais cadenciada, mas ainda pesada. Conta com coros em seu pré-refrão, esse que é bastante melódico. Sua ponte fica mais pesada, com a metranca aparecendo mais uma vez, que aqui se encaixam melhor. Corey faz um solo muito bom e Matt canta muito bem, sabendo mesclar bem os guturais e limpos.

A terceira faixa é “Other Worlds“, essa tem uma pegada diferente nos versos, mas com um refrão característico da banda, no estilo das faixas de “Silence In The Snow” (2015), com notas mais altas. Na ponte é onde Paolo ganha o primeiro destaque com seu baixo, que fica em mais evidência. Ótima faixa, bem construída.

A semi-balada “The Heart From Your Hate” é o segundo single do álbum. Ela é mais Rock e menos Metal que as outras. Seus versos cadenciados e limpos dão a impressão de uma balada, mas seu refrão é mais pesado, com um backing vocal melódico de fundo, além de super pegajoso. Uma boa escolha para ser single.

Uma das melhores faixas do Play é “Betrayer“, começa com uma intro rápida da bateria, antes de Matt ecoar o título da faixa. Os versos são limpos, mas a música vai crescendo, em seu pre-refrão, guturais magníficos aparecem, nos levando para outro refrão pegajoso, marca registrada do álbum. O Riff mais agudo da faixa merece um destaque a mais, por fugir do padrão.

The Wretchedness Inside” é uma faixa já antiga, composta por Matt Heafy para um outro projeto, mas o baixista Paolo Gregoletto pediu para Heafy trazer a faixa para a banda trabalhar nela em conjunto. É a mais pesada do álbum até aqui, mas com o refrão mais melodioso. O duelo de guitarras no solo é super interessante, merece aplausos. Lembra bastante algo do “In Waves” (2011) e deve agradar bastante os fãs mais antigos.

A faixa mais curta do álbum é “Endless Night“, que tem sua estrutura mais simples, lembrando as clássicas faixas mais comerciais da banda, como “Dying In Your Arms” e “This World Can’t Tear Us Apart“. O ótimo solo tem até uma base acústica bem bacana, antes de mergulhar no refrão novamente. Apesar de soar mais Pop, é uma ótima faixa que tocaria tranquilamente em qualquer rádio.

Server The Hand” volta com o peso, conta com um ótimo Riff que alterna com vocais limpos e guturais, esses que estão demais na faixa. O refrão volta com o melódico, mas com um tom mais melancólico dessa vez. O lado progressivo da banda aparece aqui, com duas mudanças de tempo fenomenais na metade e pouco antes do fim da faixa, com muita técnica, lembrando “The Crusade” (2006) e “Shogun” (2008), isso com certeza vai agradar os fãs.

O início de “Beauty In The Sorrow” é diferente, mas legal, criativo. É uma faixa que caminha para ser uma falsa balada, pois seus versos são mais limpos, mas de fundo há um Riff pesado, e o refrão é mais ainda. Os solos são o destaque da faixa, que também tem mudanças de tempo, não como a anterior, aqui ela é leve, mas ainda assim aparece. Faixa apenas legal, mas será bem divisiva.

Na reta final do álbum, temos duas composições de cair o queixo. Primeiro com “The Revanchist“, a mais longa e épica das faixas, que mostra muita técnica de todos os músicos, desde a bateria marcante, cheia de viradas espetaculares, mas também com os pedais duplos conduzindo boa parte da faixa. Os solos merece mais uma vez o destaque, tanto Corey, quanto Matt tocam muito bem suas guitarras e não deixam a desejar em momento algum. O coro que acompanha o refrão no final, deixa o clima super épico e torna a faixa mais interessante ainda.

Pra fechar, “Thrown Into The Fire” vem com os dois pés no peito do ouvinte. Paolo com seu baixo distorcido se destaca na abertura, que logo ganha um tom acelerado e pesadíssimo. Guturais lideram a faixa, com poucos momentos de vocal limpo. Mais uma vez, solos dignos de aplausos. Essa faixa é a qual mais lembra as composições épicas de “Shogun”, entraria facilmente no clássico álbum da banda. Fecha com muita competência o álbum.

Esse novo álbum, talvez seja a fórmula perfeita que banda encontrou, com uma pegada melódica e épica ao mesmo tempo. Tudo se encaixou bem, a mixagem e a produção foram perfeitas, Matt voltou com seus guturais únicos, que fizeram sim ,muita falta no álbum anterior. A facilidade com que Alex Bent toca é impressionante, foi feito para o Trivium, e esperamos que isso dure muito.

Outro fator que a banda amadureceu desde o seu álbum anterior, foram as letras, enquanto alguns títulos e letras eram completamente simples e até meio preguiçosas em “Silence In The Snow”, como por exemplo “The Thing That’s Killing Me”, aqui temos letras bem interessantes e maduras, como a faixa-título, “Sever The Hand” e “Betrayer”, e isso é um ponto super positivo.

Sem dúvidas já está no coração dos fãs, que devem adorar o álbum. Não me surpreenderia se “The Sin and the Sentence” figurar entre os melhores do ano, é um álbum que valeu a pena esperar, era o que a banda precisava para se manter no posto de uma das melhores bandas da nova geração.

Formação:
Matt Heafy (vocais, guitarra);
Corey Beaulieu (guitarra, vocal de apoio);
Paolo Gregoletto (baixo, vocal de apoio);
Alex Bent (bateria).

Faixas:
01 – The Sin And The Sentence
02 – Beyond Oblivion
03 – Othrer Worlds
04 – The Heart From Your Hate
05 – Betrayer
06 – The Wretchedness Inside
07 – Endless Night
08 – Sever The Hand
09 – Beauty In The Sorrow
10 – The Revanchist
11 – Thrown Into The Fire