Lançado oficialmente pela Mighty Music no dia 11 de outubro, o novo álbum dos noruegueses do STARGAZER tem sido um dos assuntos em pauta no cenário do metal melódico, principalmente por se tratar de uma banda que agrega pesados elementos com influências em nomes como Led Zeppelin, Van Halen, Whitesnake, Dio e Deep Purple de forma excepcional e cativante.
Eu tenho visto muito o nome destes potentes músicos circulando na cena hard rock aqui na Noruega nos últimos tempos mas já se passaram nove anos desde que o aclamado primeiro álbum foi lançado e este tempo em festivais e apoiando bandas como Jorn, Stage Dolls, DAD, Gary Moore e Nazareth parece ter funcionado como uma espécie de incubadora para este herdeiro sólido nascendo em ‘The Sky Is The Limit‘.
Primeiramente eu preciso mencionar a belíssima arte da capa, simples mas com cores que captam o olhar, literalmente, um trabalho perfeito para o vinil. Em segundo lugar esta é uma banda que cativa muito além de apenas pela alta qualidade musical, estamos falando de músicos socialmente ativos e conectados a seus fãs, eu nem preciso falar que eles elevam seu trabalho e shows a um nível impressionante, transmitindo a seus ouvintes uma experiência completa e altamente emocional. Fechamos o pacote com um trabalho magistral da Mighty Music e pudemos observar a banda sendo jogada aos quatro cantos do planeta em tempo recorde. Parace que temos uma jogada certeira no tabuleiro, certo? Ou não? Precisamos ir além!
Agora é hora de mergulharmos no álbum partindo da faixa título “The Sky Is The Limit“, e se eu comecei a minha resenha mencionando as qualidades deste novo trabalho o primeiro contato é absurdamente enérgico. Riffs coesos são intercalados ao vocal poderoso de Tore e basta apenas alguns instantes para que a trilha se fixe em sua mente.
Outro detalhe que eu gostaria de mencionar é o quanto eu sempre senti falta de “baladas” em álbuns deste estilo, não que elas não existam mas “Come To Me” é exatamente o tipo de melodia que me faz voltar no tempo mas sem perder a qualidade e o sabor do novo. Veja, nós passamos longe dos gloriosos anos 80 mas ainda é possível compor baladas sem que isso soe defasado ou até mesmo falso.
Outra faixa deliciosa é “Silenced By The Wind“, aqui nós encontramos a banda em seu hábitat natural, melodias sensuais, um trabalho em contra-tempo da bateria de Hovik e solos tão bem encaixados que eu não pude encontrar falhas. Além de um correto trabalho de backing vocal.
As letras para a maioria das faixas são realmente simples mas desenvolvem de uma forma muito passional e eu realmente gosto da sensação que este novo álbum transmite.
Agora se o que você está buscando é aquela linha Dio mais metal então seja bem vindo a “Lost Generation” e seu peso triunfante para as guitarras e linhas pulsantes do baixista Erik.
Nos seguimos por “I’m The One” com sua doce mescla de Whitesnake e Jorn e eu me pego perguntando “Este é o resultado após os nove anos?“, e a resposta praticamente salta a minha mente, não há falhas! Se o que a própria banda alega como influências é o que eles jogaram no liquidificador então o resultado dignamente é algo surpreendentemente novo e fresco saborizado com apenas o melhor dos gêneros, vamos aplaudir de pé!
Você ainda passará por muitos momentos emocionais como em “So Now You’re Leaving” e “Sentimental Guy” mas sem perder a majestade. O vocal de Tore é um show a parte em ‘The Sky Is The Limit‘, oscilante ele tem uma grande facilidade em atingir diferentes tons e é curioso como ele dribla facilmente o sotaque do norueguês para o inglês, não muito comum na minha opinião.
“Cold As Ice” e “Racing The Devil” serão como combustão e o álbum correrá do começo ao fim sem se tornar cansativo aos ouvidos, totalmente ao contrário. Isso me faz lembrar quando Statetrooper lançou o álbum “The Calling“, eu lembro de ler “Este é um álbum para fãs…” e seguia a mesma descrição de Stargazer, e da mesma forma apenas podemos concluir que este é um álbum que foi feito para funcionar, possivelmente um dos melhores deste ano e eu mal posso esperar para incluí-lo em minha própria coleção.
Nota: 10/10
Track listing
1 – The Sky Is The Limit
2 – I’m The One
3 – Shadow chaser
4 – So Now You’re Leaving
5 – Lost Generation
6 – Cold As Ice
7 – Turn Me On Forever
8 – Every Dog Has Its Day
9 – Racing The Devil
10 – Come To Me
11 – Sentimental Guy
12 – Takin It Slow
13 – Silenced By The Wind
Membros da banda
Tore André Helgemo – Vocal e guitarra
William Ernstsen – Guitarra
Erik Svendgaard – Baixo
BP Hovik – Bateria